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Segunda vítima fatal em um mês

Morre mais um trabalhador terceirizado em obra das Empresas Jota Ele e J.L Felix em Curitiba

Publicado: 10 Setembro, 2010 - 11h27

Escrito por: Leonardo Severo

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Trabalhadores exigem fim da impunidadeTrabalhadores exigem fim da impunidadeO encanador terceirizado Demerson Pires dos Santos, de 25 anos, faleceu na última sexta-feira (3) quando foi atingido na cabeça por uma pedra que despencou de cerca de 35 metros num prédio das empresas Jota Ele Construções e J.L Felix Engenhariano Cristo Rei, no bairro Cristo Rei em Curitiba.

Demerson é a segunda vítima fatal na obra, que estava interditada em função de um operário terceirizado da empreiteira JJ Gol ter morrido há menos de um mês, no dia 9 de agosto, após desmoronamento. Sebastião Luiz de Oliveira Filho, de apenas 22 anos, morreu soterrado quando uma das paredes cedeu. Gilmar Rodrigues Medeiros, de mesma idade, que também trabalhava na escavação, ficou com as pernas presas e foi socorrido no Hospital Cajuru.

A pedra que matou Demerson foi lançada após a ruptura do tubo de PVC por onde eram jogadas as caliças (fragmentos de argamassa de cal). O operário estava transitando pela obra sem fazer uso de capacete. Sebastião e Gilmar foram mortos, acusam os companheiros, pela economia no estacamento.

Conforme Domingos Oliveira Davide, presidente do Sindicato da Construção Civil de Curitiba e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom/CUT), a falta de condições de segurança tem sido uma constante na Jota Ele Construções e J.L Felix Engenharia, que infelizmente segue impune. Domingos esteve na obra no dia do acidente e conversou com auditores do Ministério do Trabalho que lhe asseguraram que o local se encontrava interditado por não oferecer as mínimas condições de segurança e que só deveriam esta trabalhando operários que instalam proteção coletiva. “A firma estava desobedecendo a interdição. Só poderiam estar ali membros da equipe de limpeza e de reparo nas telas de proteção ou nas rampas de acesso aos elevadores de carga. Agora, o Sindicato está ampliando a vigilância no acompanhamento do caso para assegurar os direitos das famílias dos operários mortos e garantir que se faça justiça, com os responsáveis pagando pelo crime”.

Até o momento nenhum empresário foi preso.