Segundo sindicalista, Centro de Assistência de Saúde de Goiânia está um caos
Trabalhadoras denunciam superlotação e sobrecarga de trabalho na unidade de saúde, entre outros problemas
Publicado: 20 Março, 2018 - 12h06 | Última modificação: 20 Março, 2018 - 12h23
Escrito por: Maisa Lima, assessora de Comunicação da CUT Goiás
As unidades de saúde são a porta de entrada para o atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). É garantido o acesso integral, universal e gratuito à saúde para toda a população, conforme direito dos cidadãos. É isso que consta no site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Entretanto, a realidade descrita por Neuzilene Ferreira e Irani Tranqueira ao jornalista Roberto Nunes na manhã desta segunda-feira (19), no programa Antena Ligada da Rádio Trabalhador foi bem diferente.
Neuzilene é funcionária do Centro de Assistência Integral de Saúde (Cais) de Campinas e Irani é diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde). Elas relataram no programa o caos em que se encontra a unidade, que a SMS tranformou em referência nas áreas de pediatria, queimaduras e cirugia geral. Diante do grande acúmulo de pessoas e da incapacidade de atendê-las, os trabalhadores estão sendo vítimas de violência por parte da população, insatisfeita com o serviço.
"A SMS precisa urgentemente descentralizar esses serviços. A cidade inteira e até gente do interior se desloca para o Cais de Campinas, quando poderiam ser atendidas mais próximo de casa. O resultado é o caos em que estamos vivendo. Pessoas deitadas no chão, enfermarias mistas com homens, mulheres e crianças dividindo um único banheiro, falta de alimentação para pacientes e acompanhantes, não temos maqueiros e nem segurança", denuncia Neuzilene. Segundo ela, somente no período diurno chegam a ser atendidas mais de 230 crianças no Cais de Campinas.
Queimados
Irani conta que o Sindsaúde já visitou a unidade e constatou esses e outros problemas. "No Cais de Campinas não existe o profissional que controla o risco de infecção hospitalar, que é um grande perigo principalmente para os queimados. Inclusive estes não têm condições de dar continuidade ao tratamento, já que os médicos estão sendo constantemente deslocados", aponta.
A sindicalista afirma que todos os trabalhadores do Cais de Campinas estão sobrecarregados e que a situação é da responsabilidade direta do prefeito Iris Rezende (MDB). "É preciso resolver essa situação. No ano passado a Prefeitura não pagou a Data-Base e este ano ainda não se pronunciou sobre o asssunto. Vamos reinterar os problemas que a unidade está enfrentando junto à SMS, ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Municipal de Saúde", afirmou.