Escrito por: Redação CUT
Para governador da Bahia, Rui Costa, visita foi ‘ação política’
Durante a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sul da Bahia neste domingo (12), uma equipe da TV Bahia, afiliada da Globo, e outra da TV Aratu, afiliada do SBT, foram agredidas por agentes da seguranças da comitiva presidencial em Itamaraju.
Segundo informações da GloboNews, os seguranças de Bolsonaro agiram para impedir que jornalistas se aproximassem para entrevistar o presidente. Um dos agentes chegou a ser filmado ameaçando "enfiar a mão na cara" da equipe da TV Bahia quando um microfone esbarrou em suas costas, alegando que estariam "batendo" nele com o instrumento.
A repórter Camila Marinho foi segurada por um segurança da mesma forma como policiais costumam dar “mata-leão” em suas ações. A pochete da jornalista foi arrancada por um apoiador do presidente e depois recuperada por um repórter. Mesmo com o tumulto, Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete dentro do estádio.
Visita foi ato político
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), definiu a visita de Bolsonaro a região afetada por enchentes nos últimos dias com um saldo de sete pessoas mortas até o momento e milhares estão desabrigados, como um "ato político". Em entrevista ao UOL News nesta segunda-feira (13), o petista também chamou de "ridícula" a liberação do Fundo de Garantia e Tempo de Serviço (FGTS) à população afetada pela enchente no estado. "Foi um ato político de campanha, fazendo carreata na cidade de Itamaraju e agredindo jornalistas. Infelizmente, vivemos no Brasil várias tragédias seguidas. A maior tragédia é a gestão do presidente. Bolsonaro não tem nenhum sentimento de humanidade, de empatia", disse Costa.Ainda na visita ao sul da Bahia, em Porto Seguro, Bolsonaro usou a tragédia, considerada a pior enchente dos últimos 35 anos, para atacar governadores e o distanciamento social.
“Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores – e o pessoal da Bahia – fecharam todo o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa. Povo, em grande parte informais, condenados a morrer de fome”, disse ele.
As enchentes atingiram quase 70 mil pessoas, com cerca de 3,7 mil desabrigados. De acordo com o corpo de Bombeiros do estado, são 20 cidades em situação de emergência e outras sete em avaliação até a tarde deste domingo.