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Selo em homenagem a Marielle é o reconhecimento da sua luta no combate ao racismo

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT diz que Marielle era uma voz feminina, feminista e negra na política brasileira que merece o reconhecimento de todos e todas

Publicado: 29 Novembro, 2023 - 16h22 | Última modificação: 29 Novembro, 2023 - 16h30

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Divulgação / Correios
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Os Correios lançaram um selo em homenagem Marielle Franco, assassinada por milicianos no Rio de Janeiro, em 2018, nesta terça-feira (28) – uma proposta da deputada Benedita da Silva (PT) e da irmã da ex-vereadora, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A homenagem é mais do que justa, acredita a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Armanda Corcino, que é trabalhadora dos Correios. Para ela, Marielle era uma voz feminina, feminista e negra na política brasileira que merece esse reconhecimento.

“Para nós, mulheres da CUT, mulheres trabalhadoras, essa homenagem é muito importante porque nós nos reconhecemos em Marielle; nós nos reconhecemos em sua luta em defesa das mulheres e no combate ao racismo. Esse selo é uma homenagem à sua história, o que ela representou na luta dos movimentos sociais e continuará representando”, diz Amanda.

Marcelo Camargo /Agência BrasilMarcelo Camargo /Agência Brasil

A dirigente ressalta que a filatelia brasileira (selos) vem reconhecendo, desde 2012, as conquistas e lutas de personalidades negras como a cantora Elza Soares, que morreu aos 92 anos, em janeiro do ano passado. Outro homenageado foi o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que passou 27 anos preso por desafiar a política do apartheid em seu país. Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos de idade.

A homenagem

O evento de lançamento do selo, realizado em Brasília na terça-feira (28), contou com a presença de Marinete Silva, mãe da vereadora e cofundadora do Instituto Marielle Franco e do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

A mãe de Marielle disse que o assassinato dela “não deveria acontecer e não é para acontecer mesmo. Nem com a minha filha nem com o filho de ninguém. A gente não nasceu para parir filho e ver as pessoas fazerem o que fizeram. Mas a gente vai continuar lutando, transformando essa dor profunda nessa luta que a gente vive”.

“Quando a Mari foi assassinada, eu era professora de inglês. E um dos trabalhos que eu mais gostava de fazer durante todo o ano eram cartas. Porque eu levava para os meus alunos da Maré a representatividade que, às vezes, não havia nos livros. Pegava na internet fotos de alunos negros e levava para eles”, relatou a ministra e irmã de Marielle.

Marcelo Camargo / Agência BrasilMarcelo Camargo / Agência Brasil
Ministra Anielle Franco e o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos 

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, lembrou que o país tem uma dívida de gratidão com Marielle.

Temos aqui hoje a oportunidade de honrar, por meio deste selo, o legado de Marielle. Celebramos mais do que um nome, celebramos uma mulher que se tornou inspiração para os que defendem os direitos humanos e a justiça social”, ressaltou o presidente dos Correios.

O selo estará em exposição até 1º de dezembro na sede dos Correios e, posteriormente, no Museu Nacional dos Correios, em Brasília. A arte do selo, cedida pelo Instituto Marielle Franco, retrata o perfil da vereadora e está disponível para compra online e em todas as agências dos Correios, sob demanda.

Com informações da Agência Brasil