Sem acelerar vacinação, cientistas americanos preveem 3ª onda de Covid no Brasil
Segundo o levantamento, o Brasil pode ultrapassar a marca de 750 mil mortes em 27 de agosto
Publicado: 18 Maio, 2021 - 12h17 | Última modificação: 18 Maio, 2021 - 13h14
Escrito por: Redação CUT
Apesar de registrar queda na média móvel de mortes por Covid-19, cientistas norte-americanos emitiram sinal de alerta ao Brasil para o risco de 3ª onda de infecções pelo novo coronavírus no país. A projeção feita pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostra que a situação da pandemia no país está ainda descontrolada.
A flexibilização das medidas de restrição, como ocorre em São Paulo, Ceará, Santa Catarina e vários outros estados, onde restaurantes, salões de beleza e academias puderam voltar a funcionar desde o fim de semana, é vista como temerária por médicos e pesquisadores. O Brasil ainda aguarda a chegada de insumos vindo da China, que deverão chegara no próximo dia 26 de maio, para retomar a produção do imunizante que está parada no Instituto Butantan, que produz a CoronaVac desde sexta-feira. O país chinês tem atrasado o envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), usado na produção da vacina, em represália aos insultos que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) vem fazendo.
Segundo o levantamento, o Brasil pode ultrapassar a marca de 750 mil mortes em 27 de agosto. Os dados do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da universidade norte-americana são usados pela Casa Branca e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O estudo avalia como melhor cenário quando cerda de 95% dos brasileiros usarem máscara de proteção, se isso não ocorrer, até agosto pode ter mais de 750 mil vidas perdidas no Brasil. No pior cenário é com a persistência da variante P.1, oriunda de Manaus, que continua se espalhando e as pessoas vacinadas abandonarem o uso de máscara antes que a maioria da população esteja completamente imunizada e a mobilidade dos não-vacinados aumente.
Especialistas afirmam que o Brasil deve evitar uma terceira onda devastadora apenas com a aceleração da vacinação, que é uma das medidas centrais apontadas por eles. Segundo painel da Universidade de Oxford, o Brasil atingiu média diária de aplicação de 1,1 milhão de doses em 13 de abril, mas a quantidade foi caindo ao longo do mês e chegou a 429 mil doses no último dia 12 de maio.
No estado de São Paulo já foi registrado aumento na lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na última semana, o que já mostra que o país pode já estar vivendo a terceira onda Covid-19. Segundo levantamento do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas), a ocupação dos leitos saltou de 79% para 85%.
A pesquisa ouviu 90 hospitais do estado entre 11 e 17 de maio. Desses, 39% afirmam ter entre 91% e 100% de seus leitos de UTI ocupados por pacientes infectados pelo coronavírus. No levantamento anterior, de 30 de abril, 79% dos hospitais registravam um índice de 80% de suas UTIs ocupadas.
No Ceará, que ainda 'mergulhado' na segunda onda da pandemia, como o Brasil, corre o risco de enfrentar uma terceira. Por lá, a flexibilização do isolamento social rígido, o relaxamento com as medidas de prevenção e o ritmo lento de vacinação contra a doença tendem, segundo especialistas, pode ter um cenário temeroso.
Mesmo com a tendência de redução da circulação viral em Fortaleza e no Interior, justifica a taxa de positividade para o vírus ainda é alta. Especialistas avaliam que o comportamento das pessoas em ocasiões como o Dia das Mães impacta diretamente nesse resultado.
Santa Catarina também apresenta risco de terceira onda. Ao se aproximar da marca de 1 milhão de casos de Covid-19 registrados desde o início da pandemia, o estado voltou a ter menos de 20 mil casos de coronavírus nesta segunda-feira (17), segundo s dados são do governo do Estado.
A taxa de ocupação de leitos de UTI adulto para Covid-19 é de 93,93%. Já os leitos destinados a todos os pacientes que aguardam uma vaga de UTI na rede pública é de 93,48%.
Média móvel
Nesta segunda-feira (17), o Brasil registrou queda de 19% na média móvel de mortes por Covid-19 nas duas últimas semanas.
Em 18 das 27 unidades de federação, o índice está caindo, mostrou o boletim do consórcio da imprensa nesta segunda-feira (17). Apenas um estado está em viés de elevação na última quinzena, enquanto oito permaneceram em tendência estável (variação menor de 15% para mais ou para menos).
Nas últimas 24 horas, o país registrou 1.039 mortes por Covid-19, totalizando nesta segunda-feira (17) 436.862 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.918 --maior que a da véspera. Houve aumento na média pelo 2º dia seguido, depois de um período de 15 dias em queda.