Escrito por: Marize Muniz
Trabalhadores do Serviço Funerário do Município de São Paulo denunciam a insuficiência de roupas de proteção, falta de álcool em gel e máscaras vencidas. Categoria teme contaminação por Covid-19 e pode parar
Exaustos com o excesso de trabalho, com receio de contrair o novo coronavírus (Covid-19) porque não têm equipamentos de proteção, trabalhadores do Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) ameaçam paralisar as atividades se as autoridades locais, em especial o prefeito Bruno Covas (PSDB), não derem condições seguras e humanas para eles continuarem exercendo suas funções.
São Paulo é líder no número de casos confirmados do Covid-19, com 2.339, segundo balanço das Secretarias de Saúde divulgado às 12h25, e também no de das mortes provocadas pela doença, 136, e o trabalho fica extremamente arriscado se, além da dura jornada, os agentes sepultadores não tiverem condições de trabalho.
Dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (Sindsep), que representam a categoria, denunciam que falta álcool em gel nos cemitérios e demais locais de trabalho. Denunciam ainda que, até a semana passada, havia máscaras vencidas e o total de roupas de proteção fornecidas era insuficiente e, portanto, poderia contaminar os servidores.
Os sindicalistas também criticaram “a sobrecarga de trabalho de todos neste momento de pandemia” em documento que entregaram aos gestores do SFMSP nesta terça-feira (31).
No documento, a direção do Sindesp ressaltou ainda os riscos que os trabalhadores estão correndo neste momento grave da pandemia em São Paulo. Segundo os dirigentes, eles estão expondo “suas vidas e de todos os que convivem com eles” porque estão trabalhando sem proteção.
Em trecho do documento o Sindesp exige “medidas proteção, prevenção e promoção da saúde e da vida de todos os trabalhadores, incluindo seus terceirizados, suas famílias e usuários dos serviços prestados por esta autarquia”.
Entre as reivindicações estão aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, alteração dos fluxos às necessidades atuais; e amplo treinamento para uso dos EPIs, em especial na colação e retirada dos mesmos.
O Sindsp reivindica que sejam contratados 200 funcionários aprovados no último concurso pois a contratação de terceirizados não resolve. De acordo com o Sindicato, os trabalhadores não estão sendo capacitados/treinados para prevenção ao Covid-19. Ou seja, ninguém está orientando e explicando os riscos. É o sindicato que está fazendo isso diante da incompetência criminosa da administração municipal.
Sindicato percorre cemitérios para orientar trabalhadores
Os dirigentes do Sindsep, João Batista Gomes e Manoel Noberto, estão percorrendo os cemitérios para orientar os trabalhadores quanto a exigência e uso de EPIs.
Nenhum trabalhador deve trabalhar sem EPIa adequados.
“Sem EPIs apropriados, não coloque sua vida em risco. Não vacile! Exija a proteção e o treinamento para a Coronavírus/Covid-19!”, dizem os sindicalistas.
Confira no vídeo abaixo: