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Sem políticas para combater coronavírus, Brasil se aproxima de 400 mil casos

Nesta terça-feira (26), o Ministério da Saúde informou que 391.222 pessoas foram infectadas e 1.039 óbitos foram confirmados nas últimas 24 horas

Publicado: 27 Maio, 2020 - 12h30

Escrito por: Redação CUT

Edson Rimonatto/CUT
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Com o negacionismo de Jair Bolsonaro que mantém um ministro interino da Saúde militar, sem experiência na área da saúde, o Brasil já é o segundo país do mundo com mais casos da Covid-19 e se aproxima de 400 mil pessoas contaminadas pela doença. O país já soma 24.512 mortos, e registrou 1.039 óbitos em apenas últimas 24 horas.

Só nesta terça-feira (26), o Ministério da Saúde confirmou 391.222 pessoas infectados, 16.324 a mais do que na segunda-feira. O ministério afirmou durante a coletiva que a curva ainda é crescente, e que “a situação é de risco e alerta”, mas sem políticas de restrição,  Bolsonaro continua indo às ruas participar de aglomerações.

Nos Estados Unidos, país com maior número de casos e óbitos, foram registradas 592 vítimas fatais entre segunda e terça, totalizando 98.261 mortes. No total, 1.681.797 norte-americanos contraíram a Covid-19.

Pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (27) aponta que o "lockdown", o confinamento radical para combater a transmissão do coronavírus, tem apoio de 60% da população brasileira.

SP anuncia novas medidas

No epicentro da crise com mais casos confirmados (86.017) e óbitos (6.423), o estado de São Paulo não vai ter confinamento obrigatório, o lockdown. Nesta quarta-feira (27), o governador João Doria (PSDB) vai divulgar como será a flexibilização da quarentena no estado a partir de 1º de junho.

O anúncio é aguardado com expectativa por prefeitos que desejam reabrir pelo menos parte das atividades econômicas, com exceção da Baixada Santista, onde o estágio da pandemia não permite afrouxar o isolamento social. Das 645 cidades de São Paulo, 511 têm pelo menos um caso confirmado e 244 ao menos um óbito causado pela doença.

De acordo com o governo de São Paulo, a retomada dos negócios vai seguir protocolos sanitários formulados por representantes de setores econômicos e os municípios.

Assim como no país, a pandemia do novo coronavírus escancarou a desigualdade social nas periferias das grandes cidades. Em São Paulo, dos dez distritos com a maior taxa de mortalidade pela doença para 100 mil habitantes, oito são bairros pobres.

Bairros como Pari (1º), Belém (2º), Brás (3º), Santa Cecília (4º), República (5º), Cambuci (7º), Barra Funda (8º) e Mooca (10º). Bom Retiro (12º), Consolação (13º), Sé (17º) e Liberdade (19º), são regiões que concentram a imensa maioria de cortiços, pensões e ocupações e todos esses bairros registram taxas superiores a 80 mortes para 100 mil habitantes.

O estado do Rio de Janeiro, segundo com mais casos e mortes, teve novo recorde de mortes, 256 em 24 horas e o número de pessoas contaminadas já chega a 40 mil. Se o Rio fosse um país, estaria em 14º lugar no ranking de mortes por Covid-19, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins Univestity, dos EUA.

Demissões durante a pandemia em Manaus

Um levantamento feito pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) com 202 empresas apontou que, em Manaus, 109 empresas demitiram seus funcionários, por conta dos impactos da pandemia do coronavírus na economia local.

O questionário foi aplicado para empresas dos setores de serviços, comércio, varejo de alimentos, e ainda o setor de bares e restaurantes.

Apenas 13% precisou zerar o quadro de funcionários. Os dados mostram, que, apesar de haver interesse na recontratação ou contratação, nem todas garantem o mesmo número de colaboradores que tinham antes da crise.

O estado do Amazonas registra 31 mil casos confirmados de coronavírus, com mais de 2,8 mil mortes.