Sem pressa, TSE adia anúncio de medidas contra notícias falsas na campanha
Rápido para manter Lula incomunicável e inelegível, TSE é lerdo na hora de punir suposto crime eleitoral de Bolsonaro
Publicado: 19 Outubro, 2018 - 16h55 | Última modificação: 19 Outubro, 2018 - 17h19
Escrito por: Redação CUT
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eficiente e rápido no julgamento das ações que impediram o ex-presidente Lula de participar do processo eleitoral, volta ao ritmo de sempre e adia, mais uma vez, coletiva para anunciar medidas de combate a notícias falsas, as chamadas fake news, espalhadas por empresários aliados do candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL).
A coletiva foi anunciada na noite desta quinta-feira (18), depois que o TSE recebeu uma série de cobranças, muitas delas feitas por artistas que gravaram vídeos pedindo providências contra o compartilhamento de conteúdos falsos durante a campanha eleitoral.
Desde as primeiras horas da manhã, reportagem do jornal Folha de S. Paulo, denunciando que empresários pagam até R$ 12 milhões para mandar mensagens em massa com ataques e mentiras contra o candidato do PT, Fernando Haddad, provocou revolta na maioria da população. O assunto, que pode configurar caixa 2 na campanha de Bolsonaro, ficou o dia inteiro entre os assuntos mais comentados do Twitter em todo o mundo.
Apesar da pressão, a coletiva foi remarcada para esta sexta-feira (19). Hoje, a assessoria do Tribunal disse que o TSE só se pronunciará no domingo (21), às 14h. A informação oficial é que a entrevista foi adiada por causa de incompatibilidades nas agendas dos participantes.
Segundo os jornais, Rosa Weber dará a coletiva ao lado do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Sérgio Etchegoyen, da procuradora-geral Raquel Dodge, da advogada-geral da União, Grace Mendonça, e do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro.
Nesta quinta-feira (18), a coligação 'O Brasil Feliz de Novo', que reúne o PT, PC do B e Pros em torno da candidatura de Haddad, além do PSOL, entraram com pedidos no TSE para que a candidatura de Bolsonaro seja investigada em razão das suspeitas de uso de sistemas de envio de mensagens em massa na plataforma WhatsApp custeados por empresas de apoiadores do candidato, denunciado pela Folha.
Pelo Twitter, Bolsonaro, que foi responsável por difundir a mentira do 'kit gay', afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e que o PT não está sendo prejudicado por fake news, e sim pela “verdade”. Ele também já afirmou que não tem controle sobre a violência praticada por seus seguidores. Limitou-se a dizer que não quer o voto deles, sem condenar os crimes que vêm sendo práticos em seu nome.