Escrito por: Redação CUT

Sem reajuste de salário há 2 anos, ferroviários param trens da CPTM em SP

Categoria alega que não parou durante as fases mais graves da pandemia do novo coronavírus, trabalhadores morreram de Covid-19 e governo arrocha salários

Roberto Parizotti (Sapão)

Em reação ao governo do estado de São Paulo e à direção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que encerrou as negociações do Acordo Coletivo 2021/2022, sem proposta de reajuste salarial pelo segundo ano consecutivo, os ferroviários iniciaram uma greve por tempo indeterminado na madrugada desta quinta-feira (15).

A categoria também luta pelo cumprimento de parte do acordo fechado no ano passado. De acordo com nota dos sindicatos dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, da Zona Sorocabana e dos Engenheiros do Estado de são Paulo, a empresa não pagou as pacelas de maio e junho referentes ao Programa de Participação dos Resultados (PPR).

O presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, disse ao UOL que a "responsabilidade [da greve] é da CPTM e do governo de São Paulo". Segundo ele, a categoria perdeu vários companheiros para a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, porque o trabalho deles  essencial e não parou em nenhum momento durante a pandemia.

"Trabalhamos em toda a pandemia, perdemos vários companheiros para a Covid-19, e estamos sem reajuste desde o ano passado. Aguardamos que o governo do Estado se sensibilize e minimamente atenda às nossas demandas. Estamos dispostos a negociar com a CPTM", disse Matos ao jornal.

A greve dos trabalhadores  da CPTM foi decidida em assembleia realizada pelos sindicatos dos ferroviários no último dia 6 e poderia ter sido suspensa, caso houvesse algum avanço nas negociações.

A paralisação foi mantida porque as propostas apresentadas naa quarta em audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP), nesta quarta-feira (14), foram recusadas pela companhia.

Segundo o TRT, durante a audiência entre a empresa de transportes e os sindicatos que representam os ferroviários, o juiz auxiliar da Vice-Presidência Judicial Edilson Soares de Lima chegou a sugerir reajuste de 6,22% para os trabalhadores e manutenção das cláusulas sociais preexistentes. Ambas sugestões foram rejeitadas pela companhia.

Na manhã desta quinta, a circulação de trens ocorre apenas parcialmente. Segundo a CPTM, a linha 7-Rubi opera entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Caieiras. A linha 8-Diamante tem trens circulando entre Palmeiras-Barra Funda e a estação Barueri. Já nas linhas 9-Esmeralda e 10-Turques os trens não circulam, enquanto as linhas Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade estão funcionando normalmente.

O TRT determinou que fosse mantido 80% do efetivo nos horários de pico e 60% nos demais horários durante a paralisação dos ferroviários. Além disso, o tribunal proibiu a realização de piquetes.

Com informações do Diário do Transporte e UOL