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Sem reajuste, trabalhadores do setor gás podem entrar em greve no estado de SP

Jornal Brasil Atual também traz detalhes sobre a ordem de prisão preventiva de blogueiro bolsonarista

Publicado: 22 Outubro, 2021 - 09h25 | Última modificação: 22 Outubro, 2021 - 09h28

Escrito por: Júlia Pereira - Rádio Brasil Atual

Pedro Ventura/Agência Brasília
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Após duas rodadas de negociação sem acordo com o sindicato que representa as empresas distribuidoras, os trabalhadores do setor de gás podem entrar em greve no estado de São Paulo. Entre as principais reivindicações da categoria, está a reposição inflacionária apontada pelo INPC de 10,42%, além do aumento real de 3% nos salários e da manutenção de cláusulas atuais. Já o setor patronal, propõe limitar o reajuste a 8% e retirar direitos como o adicional por tempo de serviço.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivado de Petróleo no Estado de São Paulo, Valter Adalberto, as empresas têm se mostrado fechadas a negociações. "Nós tivemos duas rodadas de negociações. A primeira aconteceu nos dias 16 e 17, e a segunda 7 de outubro. Nessa segunda rodada, nós abrimos a reunião, dizendo que a palavra estava com o Sindicato Patronal, que é o SindGás, e depois de muita conversa eles apresentaram a proposta. Só que na avaliação da nossa bancada, ela é uma proposta que não reúne as minimas condições, se quer de ser avaliada pelo dirigentes, o que dirá para apresentar para uma assembleia", afirma Adalberto.

As empresas negam o aumento do reajuste mesmo registrando resultados positivos nos últimos meses. Desde janeiro, o preço médio do botijão de gás de 13 quilos subiu cerca de 30%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O ganho já não é visto do lado dos trabalhadores.

A alta dos preços sem reposição inflacionária e reajuste salarial faz com que o poder de compra da categoria diminua cada vez mais, como explica o supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani.

Em assembleias que devem acontecer até o próximo dia 26, os trabalhadores irão votar a favor ou contra a proposta do setor patronal. A categoria também irá buscar mediação do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, para tentar chegar a um acordo com as empresas e evitar a deflagração da greve, já que a paralisação pode gerar efeitos na distribuição em São Paulo, como também em outros estados

A reportagem entrou em contato com o sindicato para ouvir o posicionamento das empresas distribuidoras sobre o assunto, mas o setor disse que não irá se posicionar.