Escrito por: Redação CUT
Estão paradas desde segunda (7) as redações dos jornais A Crítica, Manaus Hoje e do Portal A Crítica, que integram a Empresa de Jornais Calderaro
Com dois meses de salários atrasados, as redações dos jornais A Crítica, Manaus Hoje e do Portal A Crítica, que integram a Empresa de Jornais Calderaro, paralisam as atividades nesta segunda-feira (07) por tempo indeterminado. A adesão à greve é de 90% dos profissionais.
Desde 2017, primeiro ano após o golpe de estado que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, a empresa vem atrasando os pagamentos, inclusive de pagamento das férias, e até a semana passada acumulava quatro meses sem pagar os salários.
Para proteger os trabalhadores e trabalhadoras neste período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) iniciou um grupo de WhatsApp no último dia 3 para garantir o estado permanente de Assembleia, com reuniões diárias e tomadas de decisões coletivas, entre elas a paralisação das atividades até que os salários sejam pagos, que foi tomada pela maioria.
No mesmo dia em que o sindicato comunicou a decisão dos trabalhadores de suspender as atividades à direção do grupo, na sexta-feira (4), diretores da empresa se reuniram com editores, que exigiram a presença de representantes do sindicato para a negociação. A presidenta do sindicato, Auxiliadora Tupinambá, o advogado da entidade, Ananias Gomes de Souza, e a secretária executiva, Steffanie Schmidt participaram da reunião convocada pela empresa no mesmo dia.
A direção do Jornal A Crítica, responsável também pelo Manas Hoje e Portal A Crítica, propôs a suspensão da greve até a quinta-feira (10), quando seriam apresentados os dados de despesa e receita das empresas para ciência dos trabalhadores e construção de um calendário de pagamentos. Os representantes dos donos dos jornais afirmaram que regularizariam o pagamento da primeira quinzena de julho, no momento que fosse possível, pois não seria um movimento grevista que “faria aparecer dinheiro” para quitar as dívidas trabalhistas.
Ao final da reunião, a direção do SJP/AM, realizou uma nova assembleia virtual, onde os trabalhadores decidiram, por maioria manter a paralisação a partir de segunda-feira (7) porque a prática de atraso vem sendo adotada pela empresa com regularidade e a proposta apresentada não estabelecia garantias de pagamento e compromisso com a responsabilidade enquanto empregador.
Os trabalhadores também decidiram manter o quantitativo de 30% da mão de obra grevista trabalhando, conforme prevê a legislação.
Durante todo o período crítico da pandemia, os profissionais mantiveram o cumprimento da jornada de trabalho, arriscando-se em busca de informação, mesmo sem o salário em dia. Muitos tiveram casos de Covid-19 na família, outros chegaram a contrair a doença sem ter dinheiro para o tratamento.
Além disso, os trabalhadores reclamam da falta de um protocolo de segurança sanitário em relação à Covid-19 que inclui falta de equipamento básico como máscara e cumprimento do uso da mesma no ambiente de redação por parte dos funcionários de outros setores que circulam no local.
Ação junto ao MPT
Na tentativa de buscar soluções para a quitação dos direitos trabalhistas dos profissionais de A Crítica, o SJPAM juntamente com o Sindicato dos Gráficos, protocolou junto ao Ministério Público do Trabalho, pedido de bloqueio do pagamento de verbas publicitárias por parte da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado para quitação do salário dos trabalhadores.
A empresa foi informada e chegou a concordar com a solução. No entanto, embora alegue ter passivos a receber, não se manifestou até que a proposta fosse feita via Sindicato ao saber, informalmente, desses valores. O advogado de A Crítica, Enysson Barroso, informou que procurará o MPT na terça-feira (8/9), para informar o interesse da empresa em resolver a questão.
Com informações do SJPAM