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Sem salários, professores do Colégio Metodista entrarão em greve na segunda, 28

Pais e mães de alunos estão preocupados com o ano letivo e já se organizam para tirar os filhos do Colégio no próximo ano. Empresa diz que está tudo bem, mas não é transparente sobre a situação da escola 

Publicado: 25 Outubro, 2019 - 14h29 | Última modificação: 25 Outubro, 2019 - 14h43

Escrito por: Érica Aragão

Israel Barbosa
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Desde 2017, os professores e professoras do Colégio Metodista, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, tem tido seus direitos trabalhistas negados e desrespeitados porque não recebem seus salários e nem benefícios em dia. E neste ano, as coisas pioraram.

Eles estão sem salários desde setembro, o vale alimentação desde maio e sem o pagamento de 1/3 das férias, que deveria ter sido acertado em junho. Diante da situação, os professores e as professoras, sem saber se terão dinheiro para pagar os boletos que chegam todos os meses, aprovaram em assembleia, na noite desta quinta-feira (24), uma greve por tempo indeterminado , a partir da próxima segunda-feira (28).

“Os docentes já deveriam ter entrado em greve, mas a instituição tinha prometido direto à eles que iria pagar os salários até dia 23 de outubro, o que não aconteceu”, explicou o presidente do Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (Sinpro-ABC), José Jorge, o JJ.

Segundo o dirigente, a empresa disse agora que vai pagar só no dia 6 de novembro o salário de setembro. Mas, os professores e as professoras perderam a paciência e resolveram cruzar os braços.

“Esta proposta de pagar dia 6 já tinha sido rejeitada em assembleia e o Colégio não apresentou nenhuma outra proposta e nada de diferente. Os professores acharam uma falta de respeito e não estão aceitando mais serem desrespeitados”, afirmou JJ.

O Sindicato está acompanhado tudo de perto e, segundo ele, estará junto com os docentes para o que for preciso “e a gente espera que a empresa apresente, no mínimo, uma proposta decente  para os professores, que mesmo com o desrespeito da empresa não deixaram de fazer seus trabalhos com dedicação e com a mesma seriedade de sempre”.

O presidente do Sinpro-ABC também ressaltou que antes de 2017 o Colégio Metodista, nunca tinha tratado seus trabalhadores com tanta falta de respeito. Segundo JJ, foi partir da entrada da Rede Metodista para administrar uma série de instituições do grupo no país inteiro é que a situação começou a ficar assim.  Inclusive a Universidade Metodista, também na região, vive o mesmo drama.

Na terça-feira (29) haverá uma nova assembleia para avaliar a paralisação e pensar os próximos passos da greve.

“Quem sabe até lá o Colégio Metodista reavalie a situação e pague os salários e os benefícios dos professores e das professoras, para que ninguém mais seja prejudicado. Os alunos, as alunas, os pais, mães e os docentes merecem respeito”, finalizou o presidente do Sinpro-ABC, José Jorge.

Pais e mães estão em pânico e já procuram outros colégios

Uma mãe de um aluno do sétimo ano do Colégio Metodista, em São Bernardo do Campo, conversou com o Portal CUT e pediu para não ser identificada.

Ela disse que os pais estão em pânico porque a paralisação acontece na semana de prova e no fim do ano letivo, o que pode prejudicar os alunos, que não tem nada a ver com o que está acontecendo , e ainda pagam caro para estudar.

“A gente se mata para conseguir pagar uma mensalidade de R$ 1.200,00 para nossos filhos correrem o risco de perder o ano e ficarem em casa porque o Colégio não paga os professores”, disse indignada a mãe do aluno.

Segundo ela, todos os pais e mães que estão procurando o Colégio para saber o que está acontecendo recebem a mesma informação e nunca de algum representante da empresa.

“Quem nos atende é sempre funcionários, que não são os representantes oficiais do Colégio, e o que eles dizem é sempre a mesma coisa. Que está tudo bem e que estão esperando resposta do reitor”, contou a mãe, que também ressaltou que ano que vem o filho dela não ficará  no Metodista.

“Já estou procurando outro colégio para meu filho, porque para a empresa chegar nesta situação de não pagar salário é porque pode estar quebrada mesmo e, essa história pode prejudicar ainda mais meu filho, que tem um futuro acadêmico pela frente”, finalizou.