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Sem vacina, sem leitos e sem governo, Brasil registra mais de 2 mil mortes em 24h

No intervalo de apenas 24 horas, morreram 2.349 brasileiros e outros 80.955 foram contaminados pela Covid-19 – elevando o total de óbitos para quase 271 mil e o de infectados para mais de 11 mil

Publicado: 11 Março, 2021 - 09h03 | Última modificação: 11 Março, 2021 - 10h06

Escrito por: Walber Pinto

Divulgação
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Com a pandemia do coronavírus descontrolada, a baixa vacinação e adesão às medidas mais restritivas, até mesmo ao uso de máscaras, e ainda sem um comando nacional de combate à Covid-19, o Brasil registrou nesta quarta-feira (10) o terrível recorde de mais de 2.300 mortes em decorrência da doença em um só dia - morreram, em média, 8 brasileiros a cada 5 minutos. Foram registrados 2.349 óbitos. São pessoas com nome, sobrenome e endereço, filhos, pais e amigos de alguém, não se trata de uma estatística fria, e sim de vidas perdidas.

Os dados desta quarta-feira (10) foram assustadores. E ainda faltou acrescentar os números do Distrito Federal que não foram passados pela secretaria de Saúde do DF.

O Brasil vem registrando tristes marcas de óbitos há 12 dias seguidos. A média móvel diária dos últimos sete dias foi de 1.645 óbitos. Com os números desta quarta, o país ultrapassou a casa dos 270.917 mil mortos desde o início da pandemia.

Foi também a segunda maior marca de casos confirmados da doença em 24 horas. Foram 80.955 casos confirmados de Covid-19 no Brasil – elevando o total de infectados para 11.205.972 desde o começo da crise sanitária, em fevereiro do ano passado.

Como revelou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta terça-feira (9), a situação do Brasil é preocupante em mais de 25 capitais brasileiras. Autoridades e especialistas também já afirmaram que o avanço da Covid-19 nas cidades brasileiras, com a aparição da nova variante, pode se transformar em ameaça sanitária mundial.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a situação é “muito preocupante” e cobrou que o país leve a pandemia a sério. O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes causadas pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos (528.603 óbitos), de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, referência mundial em estudos sobre a Covid-19.

Números nos estados

O Brasil registrou nesta quarta-feira (10) o sexto recorde diário de mortes neste mês de março. O número de óbitos foi mais alto nesta quarta-feira em São Paulo, que registrou 469 mortes. Seguido de Goiás, com 267, do Rio Grande do Sul com 250, do Paraná, com 243 e de Minas Gerais, com 219.

O total de vidas perdidas nesta quarta são um múltiplo de diversas tragédias no Brasil: nove vezes o número de mortos no rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), em 2019, onde 259 pessoas morreram.

Mais de dez vezes os 242 mortos no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, e quase 12 vezes o número de vítimas do acidente do voo 3054 da Tam, em São Paulo (SP), que matou 199 pessoas em 2007.

Vacinação

Até o momento, o Brasil imunizou apenas 4,26% de sua população com a primeira dose (9.013.639 aplicadas). Somente 1,5% tomou a segunda dose (3.166.189), de acordo com o boletim do consórcio de imprensa.