Diretor-Geral da PRF, alvo de investigações por ações antidemocráticas para tentar reeleger Bolsonaro, quer fazer mestrado de “Alta Direção em Segurança Internacional”, em Madri
Sem dinheiro sequer para a manutenção das viaturas da corporação, como demonstra ofício encaminhado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) às superintendências regionais de todo o Brasil, a cúpula da corporação prevê o empenho - reserva de dinheiro - de R$ 144 mil para custear uma viagem a Madri, na Espanha, e Santiago, no Chile, do Diretor-Geral, Silvinei Vasques, alvo de investigações por ações antidemocráticas para tentar reeleger Jair Bolsonaro (PL).
O Diretor-Geral da PRF é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) por sua atuação no dia do segundo turno da eleição, em 30 de outubro, quando mandou os agentes fiscalizarem ônibus, contrariando ordem em sentido oposto dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e foi acusado por eleitores de tentar impedir, especialmente os nordestinos, de votar no presidente eleito, Lula (PT). Ele também é investigado por nada ter feito quando caminhoneiros passaram a bloquear estradas em atos contra o resultado do pleito.
Um dia após o Ministério Público Federal do Rio pedir seu afastamento do cargo, em outra investigação, essa sobre o pedido de votos para Bolsonaro em suas redes sociais, o Diretor-Geral da PRG tirou férias. Vasques também apagou todas as suas fotos em redes sociais, que eram abarrotadas de imagens ao lado de Bolsonaro e aliados.
O pedido para participar de um mestrado de “Alta Direção em Segurança Internacional” no Centro Universitário da Guarda Civil espanhola, foi feito por Vasques há dois meses, e a documentação de indicação foi assinada pelo diretor-executivo substituto do órgão, Daniel Souto, segundo o jornal o Estado de S Paulo. Serão pagos R$ 122.808,18 em diárias e outros R$ 21.953,31 em passagens aéreas e seguro viagem, diz o texto.
Já o G1, destaca o ofício determinando a limitação da manutenção nas viaturas da corporação, sob a alegação de falta de recursos necessários à plena execução dos serviços. O documento é do datado do dia 11 de novembro, e foi enviado pela Divisão de Frota da corporação.
De acordo com o texto, todo serviço de manutenção considerado não essencial em qualquer veículo da PRF precisará ser aprovado pela Direção-Geral antes de ser feito. O motivo, segundo o órgão, são as ‘limitações no orçamento’ originalmente disponibilizado para o ano de 2022”.
Questionada sobre o assunto, a PRF informou que os serviços de manutenção preventiva, especialmente os que tratam de itens de segurança, podem ser realizados normalmente e que está negociando com o Ministério da Justiça (ao qual a corporação é vinculada) e com o Ministério da Economia uma complementação orçamentária para a plena retomada dos serviços.