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Seminário debate pauta de mulheres para negociações coletiva

Objetivo foi fomentar a participação feminina na negociação e nas campanhas salariais

Publicado: 03 Fevereiro, 2017 - 18h15 | Última modificação: 06 Fevereiro, 2017 - 12h37

Escrito por: Érica Aragão, com informações do SINA

SINA
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(da esquerda pra direita) Mara, Junéia, Beatriz e Luis Sérgio-Pres.Sind. dos trab.no Comércio

Terminou nesta quinta (2) o Seminário de Formação em Negociação Coletiva para Mulheres que aconteceu em Uberlândia, Minas Gerais. A atividade que teve participação de mais de 60 mulheres de seis categorias, contou com apoio da Federação Internacional do Transporte (ITF), da Unicamp/CESIT (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho), do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), da CUT Nacional e da CUT Triângulo Mineiro.  O objetivo do evento foi formar mulheres para participar das mesas de negociação coletiva de seus sindicatos.

Creche, licença maternidade, abono do dia para levar filho ao médico, trabalho igual salário igual, igualdade na promoção, construção de banheiros femininos, são algumas das pautas trabalhistas especificamente femininas. São as trabalhadoras que têm mais legitimidade para cobrar isso dos patrões nas negociações no ambiente do trabalho. “Para vocês terem uma ideia, a representante do Sindicato dos Rodoviários que participou do seminário demandou como pauta de negociação a construção de banheiros. A higiene da mulher não dá pra fazer na rua”, contou a Secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Mara Meiry.

“Como desdobramento do curso foi sugerido pelas participantes outras atividades como essa e um aprofundamento de estratégia das pautas demandadas. Entre essas estratégias está a construção de espaços coletivos de mulheres nos sindicatos”, finalizou Mara.

Marilane Teixeira, economista da UNICAMP/ CESIT, afirmou que a maioria das mulheres  na atividade nunca participaram de processos de negociação e nunca estiveram em mesas de negociação. “O machismo nas entidades sindicais ainda é muito forte, elas estão segregadas a funções menores e ausentes dos espaços de decisão, conscientes de que essa condição não pode ser vista com naturalidade todas manifestaram disposição para alterar essa realidade dentro de suas entidades”.

Para Junéia Martins Batista, Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora, a cota de mulheres nos direções das entidades sindicais fez com que a participação delas no sindicato aumentasse e os direitos fossem ampliados. “Avançamos muito mais ainda há muito que conquistar. As mulheres são 51% da classe trabalhadora e é importante discutir e enfrentar o machismo e a violência contra a mulher, todos os dias e em todos os lugares”, destacou. “A formação é parte fundamental para fortalecer as mulheres na resistência a na luta”, completou Junéia.

Já Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT Minas Gerais, destacou que “o empoderamento das mulheres é feito pelas mulheres. Ninguém vai nos dar o poder, a não ser nós mesmas, conquistando-o na luta cotidiana”.