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Mais um senador pede investigação sobre bolsolão, esquema criado por Bolsonaro

Randolfe Rodrigues quer que MPF e TCU investiguem esquema desviou R$ 3 bilhões do Orçamento da União para emendas de parlamentares que aprovam o que o governo manda no Congresso 

Publicado: 12 Maio, 2021 - 16h45 | Última modificação: 12 Maio, 2021 - 17h07

Escrito por: Redação CUT

Ana Luiza/MGiora
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo que os órgãos investiguem indícios de um possível "orçamento secreto" de R$ 3 bilhões negociado e colocado em prática no Palácio do Planalto. O esquema, que incluiu a aquisição superfaturada em 259% de tratores agrícolas a pedido de parlamentares fiéis ao governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), segundo denúncia do jornal o Estado de S. Paulo.

Randolfe é o segundo senador que anuncia investigação sobre o caso já conhecido como Bolsolão ou tratoraço de Bolsonaro. O primeiro a anunciar investigação foi o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que fez um requerimento para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema. Rocha é aliado de Bolsonaro e tem apadrinhados na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que serviu de principal caminho para a execução das verbas secretas.

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De acordo com a denúncia do Estadão, em troca do apoio do Centrão no Congresso Nacional, Bolsonaro criou um orçamento secreto com cerca de R$ 3 bilhões em emendas que beneficiam especialmente os parlamentares que apoiaram os candidatos do governo nas eleições para as presidências da Câmara (Arthur Lira, do PP de Alagoas) e do Senado (Rodrigo Pacheco, do Dem de Minas Gerais).

Segundo reportagem do jornal O Globo, o Bolsolão, que desviou dinheiro para a aquisição de tratores e máquinas agrícolas superfaturadas, foi montado e colocado em prática com base numa taxa de fidelidade nas votações do Congresso. "Eleito com apoio do Planalto para comandar a Câmara, Arthur Lira (PP-AL) participou das negociações para a liberação de recursos para aliados. Presidente do PP, Ciro Nogueira também teve direito a indicar recursos. Somente na Codevasf, estatal controlada pelo Centrão, direcionou R$ 30 milhões para sua base",  diz trecho da reprotagem.