Escrito por: Redação RBA
Parlamentar vai fazer um balanço da primeira semana de atuação da CPI, que recebeu os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich em seus depoimentos iniciais
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) estará no programa Entre Vistas, da TVT, com o jornalista Juca Kfouri, na noite desta quinta-feira (6), às 21h30. O senador faz um balanço da primeira semana de atuação da CPI, que recebeu os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich em seus depoimentos iniciais.
Um dos destaques do depoimento de Mandetta foi a afirmação de que o governo Bolsonaro era aconselhado por uma espécie de gabinete paralelo, que concorria com o Ministério da Saúde, na condução das ações da pandemia. Esse gabinete era formado por filhos do presidente, assessores e médicos e, segundo Mandetta, chegou a propor a alteração da bula da cloroquina, por meio de decreto, para que o medicamento fosse aceito como tratamento precoce da covid-19.
“Estes primeiros depoimentos deixam clara a existência de um ministério paralelo da saúde, um poder paraestatal, um gabinete das sombras, desconhecido, que não apenas aconselha, assessora, mas produz documentos, como a tentativa de burla na bula da cloroquina”, afirmou o relator da CPI da Covid à coluna do jornalista Valdo Cruz no G1.“Nenhum dos dois ministros tomaram conhecimento para o aumento da produção de cloroquina, isso foi ao arrepio do Ministério da Saúde”, afirmou ainda Renan Calheiros ao jornalista do G1.
Calheiros está preocupado em fazer uma atuação “técnica” na CPI da Covid para que haja conhecimento da verdade e o resultado da comissão seja um consenso suprapartidário. No sábado (1°), antes dos primeiros depoimentos da CPI, ele escreveu em sua conta no Twitter: “A relatoria de uma CPI é originada em critérios partidários e de proporcionalidade, mas ela transcende as legendas. Indicado pelo MDB e consubstanciado pelo STF, o relator é de todos os partidos. Até porque a investigação não será político-partidária, mas técnica”.
As pressões do governo para a utilização da cloroquina também foram determinantes par a saída do ex-ministro Nelson Teich da pasta da Saúde, cargo que ocupou por 29 dias apenas, sem conseguir apoio do governo para as medidas necessárias de enfrentamento da pandemia.A CPI recebe nesta quinta-feira o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.
Marcelo Queiroga está à frente do Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano. O médico cardiologista assumiu o cargo no pior momento da pandemia no país, quando se somavam cerca de 300 mil mortes no Brasil decorrentes da covid-19.
Com informações da TVT, G1 e Agência Senado