Sérgio Nobre: “14 de junho será um dia decisivo para a Brasil”
Na Plenária das centrais de mobilização à greve geral em Porto Alegre, o secretário-geral da CUT, disse que previdência vai além da aposentadoria. É todo um sistema de seguridade social sob risco com a reforma
Publicado: 29 Maio, 2019 - 14h35 | Última modificação: 29 Maio, 2019 - 15h00
Escrito por: Vanilda Oliveira
O secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, participou da Plenária de mobilização da greve geral de 14 e junho pela aposentadoria, contra os cortes na educação e por mais empregos, organizada pelas Centrais Sindicais, nesta quarta-feira (29), em Porto Alegre. O dirigente cutista chegou à capital gaúcha em um trem lotado por dirigentes e militantes.
O "Trenzão da Greve Geral" partiu às 7h45 do terminal de Novo Hamburgo, cidade da Região Metropolitana a 47 quilômetros de Porto Alegre, com 250 mil habitantes. No vagão, a militância arregaçou as mangas, panfletou e explicou à população a importância de os brasileiros cruzarem os braços e ficarem em casa no próximo dia 14 de junho para impedir a aprovação da reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, em especial os mais pobres, contra os cortes na educação e por uma política de geração de emprego e renda.
“O dia 14 é decisivo para nós, porque, quando a gente fala da Previdência Social, muitos ainda pensam somente em aposentadoria, mas não se trata apenas disso”, afirma Sérgio, que explica: “É a previdência que ampara o trabalhador e a trabalhadora em um episódio de doença ou da viuvez. Além disso, queremos educação e empregos de qualidade".
“Em grande parte dos municípios", destacou o secretário-geral, “são os recursos da Previdência que mantêm ativa a economia. Por isso, acabar com o sistema previdenciário, que é disso do que se trata a reforma proposta pelo governo Bolsonaro, é destruir a economia brasileira e implementar a selvageria neste País”.
Para Sérgio Nobre, o que está acontecendo com o País é muito grave, por isso, “nós da CUT Nacional estamos viajando a todos os Estados, para alertar a classe trabalhadora sobre a importância da greve geral de 14”.
“A grande imprensa esconde a realidade, ao dizer que a reforma da Previdência é para gerar empregos, pois, na verdade, o objetivo da proposta é pagar aos bancos o apoio que deram à eleição do presidente Bolsonaro e isso precisa ficar claro à população, em especial para os cidadãos mais pobres”, disse Sérgio Nobre, ao elogiar a iniciativa de usar o trem urbano para mobilizar o povo.
“É assim, com organização e criatividade, que vamos fazer uma grande greve no dia 14, mobilizados e conversando com a população.”
FIM DA LINHA PARA A REFORMA
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, aproveitou o momento do desembarque do trem em Porto Alegre para afirmar “é o fim da linha para essa proposta da reforma da Previdência”.
E também para convocar. “Façam assembleias nos seus sindicatos, aprovem a greve geral do dia 14 nas suas categorias, intensifiquem o trabalhado de mobilização, depois ajudem a organizar as categorias, a conversar em praças públicas com desempregados, com os aposentados, donas de casa, para que todos estejam conscientes de que em 14 de junho ninguém deve sair de casa para trabalhar”, afirmou Claudir.
O presidente da CUT-RS disse que a plenária desta quarta-feira estimulou ainda mais os dirigentes. “Pactuamos aqui com as centrais, movimentos do campo e principais sindicatos e tenho certeza que criamos as condições de paralisar o Brasil para derrotar essa reforma da previdência, os cortes na educação e todo esse aparato do governo que está ameaçando de destruição o futuro do País”, disse Claudir.
“Já está todo mundo entendendo o que tem por trás dessa proposta de reforma da previdência e é assim que vamos construir a greve geral: com o nosso povo nas ruas, nos trens, nos pontos de ônibus, nas igrejas convencendo a população. Tenho certeza de que nós não vamos permitir que o governo desmonte a Previdência Social”, disse Sérgio Nobre
Na plenária, os representantes das centrais fizeram um discurso de muita unidade e luta e também convocaram às manifestações desta quinta-feira, 30 de maio, contra os ataques e cortes na Educação, rumo a 14 de junho.