Servidores de Florianópolis e da Compap encerram greve após garantir conquistas
Foram 7 dias de greve, com muita pressão e ameaças do prefeito, mas “arrancamos uma proposta que muitos talvez já nem imaginassem que fosse possível”, comemoru Renê Munaro
Publicado: 17 Fevereiro, 2022 - 15h19 | Última modificação: 17 Fevereiro, 2022 - 15h34
Escrito por: Assessoria do Sintrasem | Editado por: Marize Muniz
Após sete dias de greve, trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de Florianópolis e da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), empresa responsável pela coleta de resíduos sólidos e pela limpeza pública da capital, decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (16), encerrar a paralisação após garantirem reinvindicações importantes.
Entre as conquistas estão cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), interrupção das terceirizações e pagamento do plano de carreira e do Piso Nacional do Magistério.
“Arrancamos uma proposta que muitos talvez já nem imaginassem que fosse possível”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), Renê Munaro, durante a assembleia.
“Nós prometemos: Gean, você não vai sair da prefeitura sem pagar o Plano de Carreira, e conseguimos”, comemorou o dirigente sobre o resultado da greve unificada dos trabalhadores da limpeza pública, educação, saúde e assistência social da capital catarinense para pressionar o prefeito Gean Loureiro (União Brasil) a cumprir com os direitos da categoria.
Para os trabalhadores da Comcap, a greve garantiu a renovação do acordo coletivo até novembro. A cláusula sobre terceirização segue em discussão no Judiciário. A coleta terceirizada terá que se manter nas regiões em que atuam hoje e o governo terá que tirar as terceirizadas dos roteiros da Barra da Lagoa e Ratones.
No quadro civil, que reúne todos os trabalhadores da prefeitura, menos os profissionais do magistério, a categoria conquistou uma reinvindicação antiga: o pagamento da primeira parcela do Plano de Carreira, que virá junto com o próximo salário.
Na educação, a pressão dos trabalhadores garantiu que todos os professores da rede municipal irão receber o valor do Piso Nacional de R$ 3.845,63 em seu salário-base. Para quem está em início de carreira, isso representa 33,2% de reajuste. O pagamento será feito já na próxima folha. As promoções voltam a ser pagas, já com previsão orçamentária.
Mesmo com as ameaças e as tentativas de criminalização do movimento feitas pelo governo, inclusive com pedido de prisão dos responsáveis pela greve no Tribunal de Justiça, a paralisação terminou com a garantia de que ninguém poderá ser punido, ter descontos no salário ou ser demitido por ter participado da mobilização.
Renê Munaro lembrou do modo autoritário do governo tratar a negociação com os trabalhadores, com o procurador-geral do governo ironizando que depois da greve o Sindicato teria que ir até ele pedir indulto.
“Indulto se dá pra quem está condenado. Nós não precisamos de indulto, nós somos trabalhadores lutando pelos nossos direitos. O procurador geral tratar essa discussão dessa forma é uma afronta”.