Escrito por: Rosely Rocha
Milhares de servidores municipais de São Paulo protestaram nesta quarta (5) contra o PL que aumenta alíquota de contribuição e privatiza a previdência da categoria. Eles prometem parar dia 21
Cerca de 20 mil servidores municipais de São Paulo realizaram, nesta quarta-feira (5), um protesto em frente a Câmara Municipal contra o Projeto de Lei 621/2016, que aumenta a alíquota de contribuição e cria o sistema de capitalização da Previdência. Da Câmara Municipal eles seguiram em passeata até a prefeitura.
Durante o ato, os trabalhadores e trabalhadoras decidiram em assembleia parar no próximo dia 21, dia em que acreditam que o “PL do Extermínio” pode ser aprovado. Se isso acontecer, prometem ainda fazer uma grande manifestação em frente à Câmara e uma passeata na Avenida 23 de Maio, uma das principais e movimentadas vias da cidade, que liga o centro a zona sul.
Apesar da data coincidir com as vésperas do Natal, a categoria espera reunir 100 mil pessoas - número igual aos que impediram, em março deste ano, a votação do PL que foi enviado a Câmara na época pelo ex-prefeito e governador eleito João Doria (PSDB), mas foi barrado graças à luta do funcionalismo.
Os servidores municipais alertam que os vereadores da base aliada do prefeito tucano Bruno Covas (PSDB) estão tentando aprovar o PL a proposta que prevê aumento da alíquota da contribuição da previdência de 11% para 14% ou até 19%; e cria o SampaPrev – sistema que privatiza a previdência, for aprovado – até o dia 29.
“O governo insiste em colocar em votação esse PL, mas não tem arrego. Vamos manter a mobilização pela retirada do projeto ou sua rejeição”, alerta João Batista Gomes, o Joãozinho, secretário de Comunicação do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP) e secretário de Mobilização da CUT-SP.
Segundo o dirigente, os vereadores faltam o ano inteiro e agora, no apagar das luzes, no Natal, querem chamar sessões extraordinárias para votar para tentar surpreender os servidores. O dirigente garante que a categoria não será pega de surpresa.
“A partir do momento que o projeto for colocado na pauta, nós vamos estar na luta. Seja votação de madrugada, de noite, no final de semana ou mesmo nas férias. Se incluírem o PL em sessão extraordinária estaremos aqui. Não vamos deixar o governo e os vereadores nos surpreender”.
O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, Claudio Fonseca, foi enfático.
“Não vamos dar sossego aos vereadores. Vamos reunir 100 mil pessoas. Dia 21 vamos gritar para eles entender. SampaPrev, não!”, afirmou o dirigente.
Para Juliana Salles, dirigente do sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo e da CUT, os vereadores estão agindo sorrateiramente e os servidores vão reagir.
“Aqui estão reunidos médicos, guardas municipais, educadores e demais categorias. Estamos mandando um recado ao prefeito e aos vereadores de que não vamos deixar que mexam nos nossos direitos e que isto afete o atendimento à população de São Paulo”, afirmou a médica.
Joãozinho, da CUT e do Sindsep-SP, pediu ao para funcionalismo a manter a mobilização nas redes e junto aos vereadores. Peçam para eles retirarem da pauta o “PL do Extermínio”, disse o dirigente lembrando que isso pode ser feito por meio do site Na pressão onde é possível mandar recados aos parlamentares.