Escrito por: CUT-RS
Trabalhadores exigiram a revisão geral dos salários, uma previsão constitucional que garante a reposição da inflação, para ativos e aposentados, que vem sendo sistematicamente descumprida pelo governo estadual
“O governo Leite (PSDB) está matando os servidores públicos.” Foi com essa denúncia que o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) e as demais entidades que compõem a Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP/RS) deram início ao Ato Estadual Unificado por respeito e valorização, realizado na manhã de quarta-feira (24), em Porto Alegre.
Ao som de uma marcha fúnebre e portando cruzes pretas, trabalhadoras e trabalhadores de todo o estado exigiram a Revisão Geral dos Salários, uma previsão constitucional que garante a reposição da inflação, para ativos e aposentados, e que vem sendo sistematicamente descumprida pelo governo do estado.
Já em frente ao Palácio Piratini, casa do governador Eduardo Leite (PSDB), milhares de servidores e servidoras, das três esferas, deram o recado: reajuste já e chega de descaso!
Na abertura do ato, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou as lutas e a importância da união entre as categorias para atingirem seus objetivos.
“Estamos aqui hoje para cobrar do governador a devida revisão salarial anual, para que todos os servidores tenham reajuste justo. Mas também destacamos a questão dos nossos funcionários de escola, que têm o vergonhoso salário básico de R$ 657,97. Queremos um salário digno na carreira destes servidores, tão importantes para o funcionamento das nossas escolas”, reforçou a presidente.
Helenir ainda expôs: “Tivemos hoje aqui na Praça a presença de mais de três mil pessoas, que com muita emoção e muita força, passaram para todo mundo que esteve aqui uma mensagem de esperança e união. Saímos com energia e disposição de luta renovadas”.
Durante a mobilização, representantes de base de diversos sindicatos que compõem a FSP/RS relataram a atual situação das categorias. Empobrecimento e adoecimento, causados pelos quase 10 anos de arrocho salarial, foram alguns dos temas comuns entre os participantes.
Diante de uma inflação acumulada de 70,52%, entre 2014 e 2024, o funcionalismo estadual recebeu a revisão de somente 6% neste mesmo período.
O que se comprava ou pagava há 10 anos, hoje se faz com muito esforço e às vezes o dinheiro nem dá para tanto. Escolhendo entre comer e pagar as contas, servidores estão no limite de suas possibilidades.
Confira abaixo alguns dos pontos destacados pelos servidores e que comprovam a péssima gestão do governo Leite (PSDB):
1 – Leite insistiu no Regime de Recuperação Fiscal e aumentou a dívida do RS:
Em 2022, foi deferido pelo Tesouro Nacional o pedido de inclusão do Rio Grande do Sul no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Vendido pelo governo Eduardo Leite (PSDB) com um viés de salvação, na prática, o RRF está condenando futuras gerações à miséria.
O congelamento de investimentos em educação, segurança, saúde, assistência e todas as demais áreas de atuação do poder público, relegam o Estado ao subdesenvolvimento por até 10 anos. Nesse cenário, servidores que já acumulam quase 10 anos de defasagem, ficam sem o direito a reajuste salarial ou melhorias nas suas respectivas carreiras, o que pode levar a um colapso no serviço público estadual.
2 – Leite sobretaxou aposentados e sacrifica quem dedicou a vida aos gaúchos:
Em dezembro de 2019, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou o PLC 503 do governo Leite (PSDB), adequando a previdência estadual à Reforma da Previdência de Bolsonaro (PL). Desde então, as novas alíquotas previdenciárias prejudicam imensamente os aposentados e aposentadas que recebem abaixo do piso do INSS.
Os números são estarrecedores: muitos pagam, em um ano, valores superiores ao salário de um mês trabalhado. A reforma também prejudicou os servidores na ativa, que precisarão trabalhar mais para se aposentar e terão uma redução em seus proventos. Uma vergonha e uma afronta contra quem garante qualidade de vida ao povo gaúcho.
3 – Leite aumentou o IPE Saúde, diminuiu o atendimento e sobrecarregou o SUS:
Em 2023, quando o projeto de reforma do IPE Saúde era votado, a Frente dos Servidores alertou toda a sociedade gaúcha de que a proposta do governador Leite (PSDB), aumentando as alíquotas de contribuição e taxando dependentes, em um cenário de retirada de direitos e congelamento salarial, além de representar uma grande injustiça, não era a saída para resolver a crise no Instituto. Passados alguns meses, agora pagando alíquotas mais altas, o que percebemos é a precarização dos serviços prestados e a diminuição da qualidade.
Em seis anos à frente do Estado, a mão grande neoliberal do governo Leite (PSDB) vendeu o patrimônio estadual e suprimiu direitos, comprovando a incapacidade da atual gestão em administrar o Rio Grande do Sul.
Para a Frente dos Servidores, ao governar com a tesoura na mão, Eduardo Leite (PSDB) coloca em risco o futuro do serviço público, dos trabalhadores e trabalhadoras e do estado.
Com informações de CPERS