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Servidores se solidarizam à dirigente agredida por superintendente do HSPM

 Agressão à dirigente sindical Flávia Anunciação é um despeito à mulher e à liberdade sindical, diz Denise Motta Dau, secretária Sub-Regional Brasil da ISP

Publicado: 09 Abril, 2019 - 17h24

Escrito por: Nádia Machado

Reprodução/ISP Interamérica
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Servidores da capital paulista e integrantes de várias entidades realizaram um ato em solidariedade à Flavia Anunciação, dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (Sindsep) e servidora do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM). A manifestação, que ocorreu na segunda-feira (8), em frente ao hospital, também repudiou a agressão do superintendente do HSPM, Antônio Celio Camargo Moreno, na última sexta-feira (6), contra a dirigente.

Moreno agrediu Flávia durante uma tentativa de negociação, devido à perda salarial dos servidores do setor do Raio-X. “O superintendente alegou que não negociaria com a comissão de funcionários, caso algum representante sindical estivesse presente”, relatou a dirigente do Sindsep em um vídeo publicado no Facebook após registrar o Boletim de Ocorrência (BO), na Delegacia da Mulher, ainda na sexta-feira.

Flávia contestou o superintendente, pois poderia participar da reunião por também se tratar de uma servidora do hospital. Foi neste momento que a agressão aconteceu. “Para nossa surpresa, ele veio pra cima de mim, me agrediu, não só verbalmente, agarrou e apertou meus braços, me empurrou e tudo acabou virando um grande tumulto”, relembrou no mesmo vídeo. E completou: “Nunca esperei sofrer uma agressão por querer defender os trabalhadores.”

Em nota, a Sub-Regional Brasil da Internacional de Serviços Públicos (ISP), entidade  organizada em 163 países, avalia que a postura do superintendente Moreno, é mais um sinal do machismo e do autoritarismo que tenta se alastrar no país nos últimos tempos, em especial na Gestão Pública e que tais atitudes não podem ficar impunes.

 “A primeira questão é a violência contra uma mulher e a segunda eu classifico como uma prática antissindical, já ele tentou impedir que a ela representasse coletivamente os trabalhadores do HSPM”, avalia Denise Motta Dau, secretária da Sub-Regional Brasil da ISP, em entrevista ao Portal CUT.

 “O Brasil é signatário da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante a liberdade de organização sindical e de negociação para o setor público, desde 2008, quando o presidente Lula mandou o texto para o congresso nacional que a ratificou, desde então essa convenção passou a fazer parte da nossa legislação brasileira e ela precisa ser respeitada”, salienta.

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, que também é membro do comitê da ISP e dirigente do Sindsep, participou do ato em solidariedade à Flávia, em sua fala ressaltou que um gestor público não pode ter esse tipo de postura. “Ele não serve para ocupar um cargo de gestor, não serve para estar em hospital gerindo e organizando pessoas”, afirmou.

Juneia também lembrou a convenção que está sendo construída pela OIT. “Estamos trabalhando há 4 anos na convenção que trata justamente sobre a violência de gênero nos locais de trabalho, assim que a convenção for publicada pela OIT temos que lutar para que seja ratificada aqui no Brasil”. 

Confira na matéria da CUT-SP, vídeos de apoio a dirigernte, feitos durante o ato.