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Setor bancário corta mais de 1.500 postos de trabalho em 2018

A Caixa Econômica Federal, que tem nova direção a partir desta segunda-feira (7), é responsável pelo corte de 1.058 vagas. Os salários dos novos contratados equivalem, em média, a 66% dos que foram demitidos

Publicado: 07 Janeiro, 2019 - 15h55 | Última modificação: 07 Janeiro, 2019 - 16h26

Escrito por: Redação CUT

Tânia Rêgo/Agência Brasil
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De janeiro a novembro do ano passado, o setor bancário fechou 1.540 postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do extinto Ministério do Trabalho. Levantamento feito pela subseção do Dieese da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) mostra que somente a Caixa Econômica Federal é responsável pelo corte de 1.058 vagas.

Já os chamados "bancos múltiplos com carteira comercial", categoria que inclui as principais instituições, como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, fecharam 640 vagas. No total, em 2018, os bancos admitiram 27.312 trabalhadores e dispensaram 28.852.

Entre as unidades da federação, o maior número de cortes foi registrado no Rio de Janeiro: 908. Em seguida, vêm Paraná (287), Distrito Federal (235) e Rio Grande do Sul (195). São Paulo tem saldo ligeiramente positivo, de 138 vagas.

Demitidos recebem 44% mais do que novos contratados

Outro dado do levantamento feito pela subseção do Dieese da Contraf aponta para a queda na remuneração dos novos contratados. Quem foi admitido ao longo do ano passado recebeu, em média, R$ 4.322,58, enquanto os dispensados ganhavam R$ 6.554,96. Quem entrou ganhava apenas 66% do salário dos bancários que saíram.

Faixa Etária

Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos (68,3%), em especial entre 18 e 24 anos (41,5%). No período, foram criadas 10.679 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, foram -12.219 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 5.532 postos.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 13.181 mulheres admitidas nos bancos nos primeiros onze meses de 2018 receberam, em média, R$ 3.684,21. Esse valor corresponde a 74,9% da remuneração média dos 14.131 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres é histórica e foi registrada também nos desligamentos. As 14.323 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.639,84, o que representou 75,6% da remuneração média dos 14.529 homens desligados dos bancos.

Reforma Trabalhista 

Foram registrados 109 casos de demissão por comum acordo entre os trabalhadores e os banqueiros, modalidade de demissão criada a partir da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), em vigência desde novembro de 2017. A remuneração média dos desligados por essa modalidade foi de R$ 8.856,61.

Nessa modalildade de demissão, os trabalhadores perdem direitos, como o fim do direito ao seguro-desemprego, metade do aviso-prévio (em caso de indenização) e apenas 20% da multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelo patrão.

Já as demissões sem justa causa representaram 55,9% do total de desligamentos no setor bancário, entre janeiro e novembro de 2018. As saídas a pedido do trabalhador representaram 35,6% dos desligamentos. 

*Com informações Contraf-CUT