Escrito por: CartaCapital
O caso ocorreu em Salvador em uma unidade do Big Bom Preço, pertencente ao grupo Carrefour
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, anunciou nesta segunda-feira 8 um conjunto de medidas a serem adotadas pela pasta após o caso de agressão a um casal negro em um supermercado de Salvador, na Bahia. O caso aconteceu na última sexta-feira 5.
Almeida defendeu ações rígidas e avaliou que as empresas sabem há muito tempo o que deve ser feito. Ele informou que apresentará um ofício ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal para discutir a regulamentação das empresas de segurança no Brasil. Prometeu, também, dar celeridade a projetos de lei em tramitação no Congresso contra práticas discriminatórias. Disse, ainda, que o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura será instado a atuar no caso e acrescentou que proporá a responsabilização penal das empresas envolvidas por prática discriminatória.
Imagens que circularam nas redes sociais mostram um casal sendo espancado por seguranças do mercado após supostamente praticar um furto em uma unidade do Big Bom Preço, pertencente ao grupo Carrefour. Acuados no entorno da loja, a mulher e o homem foram xingados e receberam tapas no rosto enquanto o autor da agressão questionava o que eles faziam no local. Em um determinado momento da gravação, a mulher abriu uma mochila, mostrou pacotes de leite e disse que estava ali pela filha.
Um pedestre que passava pelo local tentou intervir e foi intimidado: “Você é advogada? Parou pra quê?”, disse um dos supostos seguranças.
Após a divulgação do caso, o Carrefour se manifestou por meio de seu vice-presidente de Operação e Transformação, Marcelo Tardin. Ele disse que o caso foi registrado na polícia para a devida apuração e alegou que as características do agressor não seriam compatíveis com a de qualquer colaborador próprio ou terceirizado da unidade. Segundo a rede, porém, houve a rescisão de contrato com a empresa terceirizada responsável pela segurança externa da loja.