Sindfer ES/MG protesta em frente a Vale contra as demissões na empresa
Dirigentes do Sindfer ES/MG querem que a Vale explique os motivos e dê transparência para as centenas de demissões de trabalhadores e trabalhadoras que vêm ocorrendo
Publicado: 15 Fevereiro, 2022 - 16h59 | Última modificação: 15 Fevereiro, 2022 - 17h23
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
Diretores do Sindicato dos Empregados da Vale no Espírito Santo e em Minas Gerais (Sindfer ES/MG), protestaram na manhã desta terça-feira (15), na portaria da mineradora Vale, no Complexo de Tubarão, em Vitória (ES) contra as centenas de demissões que têm se acumulado desde o ano passado, nas plantas da empresa em todo o país.
Somente na base do Sindfer ES/MG foram demitidos 160 trabalhadores, de novembro de 2021 até agora. Segundo o sindicato, este número chega a centenas em toda a Vale, mas ela não informa quantos pessoas perderam seus empregos em seu complexo.
A preocupação dos sindicalistas também é com os “ruídos de comunicação” entre os trabalhadores, que dizem ter informações, não confirmadas pela empresa, de que serão demitidos no sistema Norte (Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul) 5% da sua capacidade operacional e 10% do administrativo e no sistema Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro)l , 10% do seu operacional e 20% do administrativo.
Para eles, essas informações verdadeiras ou falsas, não são saudáveis para o ambiente de trabalho e, por isso é preciso um esclarecimento da Vale e o fim das demissões imediatamente.
A direção do Sindifer ES/MG pede que a empresa seja transparente em suas ações e quais os critérios, formas e conteúdo das dispensas. Até por que a Vale tem aumentado a sua operação e, muitos trabalhadores estão dobrando os seus turnos e fazendo horas extras para repor os demitidos.
O lucro da Vale
Em um cenário onde as previsões mais conservadoras do mercado apontam um lucro superior a R$ 100 bilhões, em 2021, e a distribuição aos seus acionistas com R$ 73 bilhões em dividendos, a Vale desvaloriza seus trabalhadores ao reajustar os salários do ano passado, em apenas 8,8%, abaixo do Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC).
Para a direção do Sindfer ES/MG “enfiaram goela abaixo do trabalhador um reajuste nitidamente rebaixado e, mesmo assim, alegam a redução de custos para justificar jogar nas ruas centenas de pais de família trabalhadores, colaborando com a já dramática situação dos cerca de 14 milhões de brasileiros desempregados”.
Após o protesto, a direção do Sindfer ES/MG encaminhou ao setor de Relações Trabalhistas da Vale na Região Sudeste, solicitação de negociação urgente para estancar o processo de demissão em massa e propor mecanismos de garantia da manutenção dos postos de trabalho.