Escrito por: Érica Aragão
No “Ato Internacional de Solidariedade dos Trabalhadores e das Trabalhadoras pela libertação do ex-presidente Lula”, organizada pela CUT e demais centrais, advogada de Lula reafirma inocência do ex-presidente
“Ele é inocente”.
Conclui a advogada da equipe de defesa do ex-presidente Lula em sua participação no “Ato Internacional de Solidariedade dos Trabalhadores e das Trabalhadoras pela libertação do ex-presidente Lula”, que aconteceu em Genebra, no fim da tarde desta quinta-feira (31).
“Ele sempre fez questão de dizer para seus advogados de defesa de sempre recorrer livremente de todas as violações e ilegalidades, porque ele nunca teve nada a esconder. Ele é hoje um homem prisioneiro político porque é inocente e está muito indignado, como qualquer cidadão, vítima de uma injustiça. Ele é consciente do momento que está vivendo e está muito chocado”, disse Valeska emocionada no fim da sua participação na atividade.
Mais de 150 sindicalistas, trabalhadores e trabalhadoras de dezenas de países de todos os continentes, que estão participando da 107ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, na Suíça, marcaram presença no “Ato Internacional de Solidariedade dos Trabalhadores e das Trabalhadoras pela libertação do ex-presidente Lula" e todos ouviam atentamente a explicação sobre o processo da prisão política de Lula dada pela advogada da equipe de defesa do ex-presidente , Valeska Teixeira.
Durante o ato, um coro de “Lula livre” interrompeu a atividade.
Com tom de indignação, Valeska contou várias histórias de perseguição política do Juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. A prisão coercitiva, com a invasão no apartamento dele, dos filhos, noras e netos e levou várias coisas que até hoje nunca devolveu, as divulgações ilegais de gravações dos advogados de defesa, a prisão política de Lula, com provas de inocência e com nenhuma certeza sobre a história do apartamento no Guarujá.
“É um juízo e tribunal de exceção que nenhum lugar do mundo permitiria. Esse é um ambiente que o ex-presidente Lula está sendo julgado”, denunciou Valeska.
Esperança
Valeska comemorou a decisão do Comitê dos Direitos Humanos da ONU, que advertiu o governo brasileiro que nenhum cidadão poderá sofrer a cassação dos seus direitos políticos sem que tenha precedido por um julgamento justo. A decisão admite julgar um mérito do artigo 25 referente ao um processo justo, independente e imparcial.
“O que coloca na verdade uma grande dúvida sobre como o jurista Sergio Moro poderá continuar conduzindo os processos relacionados ao ex-presidente sem causar danos ao Lula”, disse Valeska, que destacou a importância da decisão: “a decisão assegura a todo cidadão o direito de votar e ser eleito sem restrições infundadas”.
Sobre o Ato Internacional em Defesa da liberdade do ex-presidente Lula
O auditório da casa Internacional das Associações, lugar usado por movimentos populares, em Genebra, ficou lotado de sindicalistas, trabalhadores e trabalhadoras de todos os continentes.
A organização do Ato Internacional de Solidariedade ao ex-presidente Lula foi feita por representantes de todas as seis centrais sindicais brasileiras, CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Nova Central Sindical do Trabalhador (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).
“A unidade das centrais é muito importante para o fortalecimento da retomada da democracia. A atividade foi para esclarecer o processo jurídico do ex-presidente Lula e dizer a importância da criação de comitês no mundo para explicar o que de fato está acontecendo com Lula”, disse o secretário de Relações Internacionais, Antônio Lisboa.
Lisboa disse animado que o ato foi muito representativo com gente de todos os continentes e destacou sobre a vinda da advogada da equipe jurídica de Lula, Valeska Teixeira.
“Por mais que as pessoas já não tenham mais dúvida com o que acontece com o Brasil e com o ex-presidente Lula sempre é bom mais esclarecimentos. Isso serve para indignar as pessoas e coloca-las em movimento. Eu acredito que a partir de agora vários outros comitês serão lançados”, destacou o secretário da CUT.
Lisboa se refere sobre outro objetivo do encontro. “Aqui foram criados vários comitês em defesa do Lula pelo mundo e a gente quer multiplicar ainda para que as informações sobre o verdadeiro acontecimento jurídico nos casos do ex-presidente Lula cheguem para todos e todas”, explicou ele.
A secretária Nacional da Mulher Trabalhadora, Junéia Batista, ficou contente em ver trabalhadores do mundo ouvindo a declaração da advogada que a mídia brasileira não conta. E sobretudo deles terem entendido que “é Lula livre e que ele tem direitos de participar da eleição”.
“A coisa importante de sentir é o apoio dos brasileiros que estão fora do Brasil, trazendo mais pessoas da região para apoiar o direito de Lula. Super importante esse apoio e o lançamento de vários comitês na Europa e América Latina, temos que continuar ter esperança para ter eleições com Lula Livre e Lula Presidente”, disse Junéia.
Centrais Sindicais Internacionais também saem indignadas
Victor Baez, secretário geral da Confederação Sindical das Américas (CSA) disse que Lula está sofrendo práticas de ditadura.
“É uma perseguição política contra Lula, que levantou um país que foi referência de todos os países do mundo. Tirou 40 milhões de pessoas da pobreza, o Brasil era um país de referência”, falou emocionado Victor.
Marita Lorenz da CGT Argentina disse a importância dos comitês Lula Livre e a unidade das centrais, dos partidos progressistas e o movimento sindical unidos na campanha "Lula Livre".
“O PT está sofrendo um ataque político para não ter candidato, porque começou com a retirada da presidenta eleita democraticamente do poder e não querem que Lula ganhe a eleição. Seguiremos em luta por Lula Livre”, finalizou Marita.
O diretor da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), Pedro iniciou sua fala citando inúmeras políticas de Lula e chamou o governo do sindicalista Lula de Fenômeno, “Nós argentinos nos baseamos muito na história das lutas do Lula no ABC na década de 70, quando estávamos na ditadura militar. Lula foi condenado por construir coisas diferentes. Estamos seguros que o resultado disso tudo será positivo e vamos ter um governo popular na reconstrução do Brasil”, afirmou o sindicalista da Argentina, Pedro.