Escrito por: Redação CUT / Rosely Rocha
Denúncias de assédio de patrões a trabalhadores para que votem em Bolsonaro chegam a mais de 1.600, mostra balanço do MPT. Centrais sindicais pedem ao TSE ações concretas como propaganda em rádio e TV
Com a explosão de denúncias contra patrões que estão praticando assedio eleitoral para o obrigar trabalhadores e trabalhadoras a votar em Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições presidências que serão realizadas no próximo domingo (30), dirigentes da CUT, UGT, Força Sindical, CTB, NCST e CBS pediram ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que a Corte veicule propaganda em rádio e TV contra esse crime, previsto em lei.
O pedido foi feito por meio de uma carta, em que os dirigentes sindicais também pedem uma reunião com o presidente do TSE.
“Tendo em vista o número crescente de denúncias de assédio eleitoral – as formalizadas por meio da página da internet do Ministério Público do Trabalho já somam mais de mil e várias estão documentadas com vídeos – e a proximidade do 2º turno, é imprescindível uma ação contundente e urgente do TSE na defesa da liberdade de convicção política e do direito fundamental ao voto livre e secreto", diz a carta das centrais.
Esse alerta já vem sendo feito há muitos dias pela CUT. O presidente nacional da Central, Sérgio Nobre, acredita que se as instituições competentes não agirem rapidamente, esse tipo de assédio pode comprometer o resultado das eleições
Leia mais: Se as instituições não agirem já, coação poderá influenciar no resultado eleito
Explosão de denúncias
Já são 1.633 denúncias de assédio eleitoral feita contra 1284 empresas em todo o Brasil, segundo dados atualizados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) até às 11 horas desta quarta-feira (26). Na última eleição em 2018, foram apenas 212 denúncias em 98 empresas. Veja abaixo como denunciar
A região Sudeste recebeu o maior número de denúncias: 617 em 540 empresas. A seguir vem:
Sul: com 457 em 360 empresas;
Nordeste: 276 em 219 empresas;
Centro-Oeste: 133 em 107 empresas;
Norte: 83 em 47 empresas
Liminar proíbe comércio de assediar trabalhadores
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) expediu, na terça-feira (25), uma liminar contra a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atendendo a uma ação civil pública da CUT, UGT e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT), que pede medidas contra o assédio eleitoral no comércio, para que seus trabalhadores votem em Bolsonaro. A medida vale para empresas e empresários do ramo do comércio, em todo o País, independentemente do endereço e porte.
O desembargador decidiu também que as empresas estão obrigadas a permitir que as entidades sindicais tenham livre acesso aos locais de trabalho, para esclarecimentos a respeito do direito ao voto livre.
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Como denunciar
Somente o Portal da CUT desde que foi criado o seu canal já recebeu 354 denúncias, que englobam padarias, frigoríficos e fazendas, entre outras empresas. Nenhuma delas se refere a coação para trabalhadores votarem no ex-presidente Lula (PT).
Para denunciar no Portal da CUT clique aqui
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Além da CUT, as demais centrais criaram canais de denúncias que são encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho. As denúncias também podem ser feitas anônimas e/ ou sigilosas no site do órgão.
Para denunciar no MPT clique aqui.
Para denunciar no canal das centrais sindicais clique aqui