Escrito por: Redação CUT
Seis homens armados foram contratados pela petroleira para tentar intimidar sindicalistas que lutam contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, em Araucária, no Paraná, afirmam diretor da FUP
A gestão da Petrobras levou seis homens armados para acompanhar a audiência, realizada na sexta-feira (24), no Ministério Público do Trabalho (MPT) do Paraná, com representantes dos trabalhadores e da petroleira. O objetivo da reunião foi discutir os impactos da demissão em massa de mil trabalhadores e outras consequências que o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), empresa subsidiária da Petrobrás com sede em Araucária, podem provocar.
Para os sindicalistas, que solicitaram que o fato fosse registrado na ata da audiência, a Petrobras tentou intimidar os representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) que estão lutando para impedir a demissão sumária dos trabalhadores da Fafen-PR, com graves consequências também para a economuia da região.
“A própria gestão da Petrobrás assumiu que os capangas eram contratados dela e isso foi registado em ata. Estavam lá para intimidar a entidade sindical que luta contra as demissões. Precisamos denunciar isso, porque o fascismo instalado no Governo Federal não vem sendo compreendido por muitas pessoas,” denunciou o diretor da FUP e do Sindiquímica-PR, Gerson Castellano, em vídeo distribuído nas redes sociais.
“Isso é fascismo”, disse.
Ocupação da Fafen-PR completa sete dias
Os trabalhadores da Fafen-PR ou Araucária Nitrogenados (ANSA), estão ocupando a sede da empresa há 7 dias. No dia 1º de fevereiro eles vão participar da greve por tempo indeterminado, convocada pela FUP em todo o país, para impedir o fechamento da unidade.
Os petroleiros se revezam em protesto silencioso e estratégico, acorrentados no portão de entrada e fazendo toda manutenção dos equipamentos, para impedir o esvaziamento da unidade e seu completo fechamento, explicou Gerson Castellano.
Sobre a audiência no MPT
O MPT marcou a audiência depois que o Sindiquímica-PR) e a FUP denunciaram a falta de transparência da decisão de fechar a unidade, o desrespeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado com a empresa e a diferença entre o processo de encerramento das atividades da Fafen-PR e de outras unidades da empresa que funcionam na Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul.
O MPT determinou que a diretoria da Fafen apresente o planejamento detalhado do encerramento das atividades da fábrica, o plano de gerenciamento de risco relacionado à gestão dos resíduos tóxicos e radioativos, a formalização do pacote de benefícios compensatórios oferecido aos empregados e outras informações que serão úteis na investigação que será promovida pela procuradoria. A empresa se comprometeu a apresentar um prazo para a entrega de cada documento solicitado até a próxima terça-feira (28/01).
Confira aqui o relator da assessoria do MPT sobre a audiência.