Escrito por: Erica Aragão
Trabalhadores e trabalhadoras aprovaram em assembleias disposição de luta para barrar reforma da Previdência de Bolsonaro e se organizaram para participar da Assembleia Geral da Classe Trabalhadora
Os trabalhadores e as trabalhadoras das metalúrgicas como Rassini, Toledo e Delga já confirmaram participação na Assembleia Geral da Classe Trabalhadora em defesa da Previdência, organizada pela CUT e demais centrais - Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB – que será realizada no próximo dia 20, na Praça da Sé, em São Paulo.
Neste, que está sendo chamado de ‘Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública e Contra o Fim da Aposentadoria’, os trabalhadores vão decidir os rumos da luta contra qualquer medida que retire direitos conquistados, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de reforma da Previdência de governo de Jair Bolsonaro (PSL), vazada pela imprensa, que deve ser encaminhada ao Congresso Nacional até o fim deste mês, que é pior que a proposta do ilegítimo Michel Temer.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) vem fazendo uma série de assembleias nas fábricas da região para mobilizar e ampliar o movimento contra a reforma da Previdência de Bolsonaro (PSL) que, entre outras coisas perversidades prevê a obrigatoriedade de uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentar e 40 anos de contribuição para quem quiser receber o benefício integral.
Adonis GuerraA PEC prevê, também, a criação do regime de capitalização da Previdência para os trabalhadores que entrarem no mercado de trabalho depois da aprovação, se for aprovada. Neste caso, cada trabalhador abre conta individual onde deposita todo mês durante anos e anos para garantir o beneficio no futuro. A capitalização substituiria o atual sistema de repartição, financiado de modo tripartite - Estado, empresas e trabalhadores contribuem.
“A lógica que querem implantar é individualizar a Previdência. Cada um vai formar a poupança que vai ser a sua aposentadoria, estando empregado ou não. Não tem valor de aposentadoria mínimo”, explicou secretário-geral do SMABC, Aroaldo Oliveira da Silva.
Segundo ele, o projeto é o mesmo que vigora no Chile desde o regime militar e que levou milhares de idosos à miséria, segundo os trabalhadores chilenos. E pode transformar o Brasil em um país de indigentes, como afirmou o economista da Unicamp, Eduardo Fagnani.
Segundo Aroaldo, “o Sindicato e a CUT entendem que o debate sobre as mudanças na aposentadoria precisam ser feito com toda a população. Um governo não pode sozinho querer mudar o destino de todos os trabalhadores do país. Se deixarmos passar esse modelo de reforma da Previdência, vamos jogar o Brasil para o abismo e caminhar para a miséria absoluta”, finalizou.
O coordenador de área e Comissão Sindical de Empresa (CSE) na Toledo, José Caitano Lima, explicou outros temas que estão em jogo na reforma. “O tema influencia muito o futuro da classe trabalhadora e da sociedade. Temos que estar atentos porque não é só a questão da aposentadoria, que por si só já é uma aberração, mas é todo um pacote que pode passar despercebido que inclui acidentados e afastados por invalidez, por exemplo”, alertou.
Aroaldo explicou a necessidade de luta e esclarecimento de toda a população sobre o que a reforma representa. "Dia 20 vamos tirar um calendário de resistência, se preciso, vamos fazer uma greve geral para provar que esse tema não é só de meia dúzia, mas dos 205 milhões de brasileiros", convocou.
As assembleias nas fábricas para a mobilização do dia 20 continuarão na próxima semana.
Datas e locais das próximas assembleias do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
12/2 – Terça- feira – SAMOT - SBC
13/2 – Quarta-feira - IGP - Diadema
14/2 – Quinta-feira – ZF Sachs – SBC
14/2 – Quinta-feira – TRW – Diadema
*Com informações da Tribuna Metalúrgica
Abaixo segue o boletim, produzido pela CUT e demais centrais, para a impressão e distribuição nos locais de trabalho: