Sindicato dos Moedeiros entra na Justiça para rever demissões na Casa da Moeda
Estatal, que está na mira de privatizações do governo golpista, demitiu 212 trabalhadores - 10% do quadro funcional
Publicado: 13 Abril, 2018 - 17h42 | Última modificação: 13 Abril, 2018 - 17h49
Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT
O Sindicato Nacional da Indústria Moedeira, filiado à CUT, vai entrar na Justiça do Rio de Janeiro, na próxima segunda-feira (16), com pedido de liminar para reverter as 212 demissões que ocorreram no último fim de semana.
Segundo o vice-presidente do sindicato, Roni Oliveira, a direção da Casa da Moeda recebeu uma notificação extra-judicial, protocolada em cartório, em fevereiro deste ano, alertando sobre os rumores de demissões, já que a empresa não havia informado o sindicato, nem feito uma ata ou realizado reunião.
A estatal ignorou totalmente a notificação, sequer marcou uma conversa com os funcionários e representantes do sindicato da categoria.
“Em fevereiro, nós fomos alertados por funcionários do alto escalão que as demissões poderiam ocorrer, por isso protocolamos a notificação extra-judicial, que a empresa ignorou”, diz Roni Oliveira.
Segundo o dirigente, o sindicato só foi informado das 212 demissões na sexta-feira (6), às 17h, e os trabalhadores já começaram a receber telegramas no dia seguinte, em pleno sábado pela manhã.
Roni alerta que a Casa da Moeda pode ser privatizada pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) e que os estudos para isso devem começar no terceiro trimestre deste ano.
Segundo ele, a Casa da Moeda tem hoje cerca de 2.300 funcionários, 333 saíram no Plano de Demissão Voluntária (PDV) e, agora, demitiram quase 10% do quadro sem aviso.
“A empresa alega que as demissões são para diminuir o déficit de R$ 50 milhões. Imagine o que pode acontecer com os trabalhadores se ela for privatizada,” diz Roni.
O dirigente disse que os advogados do Sindicato dos Moedeiros estão trabalhando alternativas jurídicas caso a Justiça negue a liminar, entre elas, está a possibilidade de entrar com ações individuais para reverter as demissões.