Escrito por: SINSSP
Na contramão do que vem sendo implementado no INSS, como política de qualidade no atendimento, prestação de serviço e abertura de novas agências, a Superintendência Sudeste I está fechando a Agência da Previdência Social (APS) Paissandu, para criar uma APS-ADJ, modelo de agência que não atende ao público, mas apenas à implantação de benefícios concedidos pela via judicial. A APS Paissandu, agência metropolitana da Capital/SP, se destina, entre outros serviços, ao protocolo, orientação e manutenção de benefícios a segurados.
O Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP) entende que a prioridade da Previdência tem de ser a população, pois o Estado tem de servir os menos favorecidos. Por isso, o sindicato repudia o fechamento da APS Paissandu, alertando para o fato de que os cidadãos da cidade de São Paulo serão prejudicados com essa medida, pois ficarão sem atendimento as cerca de 2.500 pessoas que buscavam os serviços na APS Paissandu mensalmente.
A política de fechamento da agência só se justificaria se abertas novas APSs na capital paulista, deficiente em números de agências e servidores do INSS. Fechar uma unidade na cidade mais populosa do Brasil é ato irresponsável. Usar o código desta agência para criar uma APS-ADJ constitui medida que se aponta para a gestão deficiente.
O SINSSP não é contrário à abertura de APSs-ADJ, uma vez que são criadas por conta dos altos números de ações judiciais propostas contra o INSS, ações essas procedentes na maioria dos casos. Esse volume de processos tem aumento de forma brutal e, em vez de o governo rever, principalmente, o conceito de perícia médica, principal fator dessas demandas, fecha posto de atendimento da população, priorizando o atendimento judicial. Não se justifica, no entanto, “descobrir um santo para vestir o outro”.
Será essa a política a ser adotada pelo governo daqui para frente? O sindicato espera que não. O que parece haver é MÁ GESTÃO administrativa da Superintendência Sudeste I com relação à APS-ADJ de São Paulo: tomou uma medida intervencionista há mais de um ano, substituindo chefias por pessoas de sua confiança, vindas da cidade natal da superintendente, São José de Rio Preto, onde foi identificado problema no comando e não na melhoria das condições de trabalho e na valorização dos servidores. Dessa forma, tudo indica que a criação da APS-ADJ é simplesmente uma tentativa de resolver problemas administrativos da Superintendente, deixando de lado o segurado, que precisa dos serviços da APS Paissandu.
O SINSSP também se preocupa com a situação dos servidores. Segundo consta, iriam todos para a APS-ADJ. Só não se sabe em que condições. O sindicato não aceitará qualquer tipo de perseguição e injustiça que venha a ser criado por conta deste absurdo.
No INSS, é preciso de gestores com foco em pessoas, que se preocupem mais com a qualidade do atendimento e com o bem-estar da população e dos servidores. Não precisamos daqueles que têm obsessão por cumprir metas e manter indicadores a qualquer custo.
Por isso, o SINSSP exige explicações, pontuando que continuará denunciando toda e qualquer mazela contra os servidores e, principalmente, contra as políticas que venham a tolher o acesso da população aos equipamentos públicos.
É necessário que haja mais concurso público para o INSS e que sejam abertas novas agências.