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Sindicato quer anular venda da Sabesp após Tarcísio mentir sobre aumento da água

Após vender Sabesp, governador de SP, Tarcísio de Freitas admitiu que valor da conta de água pode subir. Sintaema quer anular venda porque ele enganou e mentiu para a população

Publicado: 13 Dezembro, 2023 - 15h37 | Última modificação: 13 Dezembro, 2023 - 15h50

Escrito por: Rosely Rocha

Alex Capuano
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enganou o povo de São Paulo ao dizer que a venda da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), resultaria em contas de água mais baratas. Mas, dias depois da autorização para a privatização dada pelos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no último dia 6 deste mês, ele admite que, ao contrário do seu discurso, as contas de água vão aumentar de preço.

O engodo está registrado no site do governo paulista em que um texto em que é comemorada a aprovação da privatização, diz que a nova norma vai “permitir redução de tarifa e garantir acesso à água e esgoto para 10 milhões de pessoas”. Mas já na segunda-feira (11), em evento da instituição financeira XP, na capital, Tarcísio admitiu que “a tarifa vai subir, mas a privatização garante que ela vai subir num valor menor”.

Essa mentira será um dos motivos para que o Sintaema, que representa os trabalhadores dos setores de saneamento e meio ambiente, como Sabesp, Cetesb, Fundação Florestal e empresas privadas, peça a anulação da venda da Sabesp pelo fato do governador ter enganado e mentido para a população.

Para o diretor de Políticas Sociais do Sintaema, Marcelo Viola, a fala de Tarcísio de que haverá aumentos nas contas de água é criminosa porque durante todo o processo nas discussões e nas audiências públicas sobre a privatização da Sabesp, a informação passada pelas autoridades estaduais era a de que o preço na conta de água seria reduzido.

“É uma fala criminosa porque todos os deputados da base do governo Tarcísio, durante a votação na Alesp subiram no palanque para dizer que a tarifa seria reduzida. Até a secretaria do Meio Ambiente [Natália Resende]  disse que o governo iria subsidiar a conta”, diz o diretor do Sintaema.

 A gente defende a anulação da votação na Alesp porque está comprovado que o governador mentiu e enganou a população e somente agora após a autorização de privatização, traz a verdade
- Marcelo Viola

Segundo ele, o departamento Jurídico do Sintaema está analisando como proceder e conversando com a bancada de oposição ao governo Tarcísio, para as devidas providências.

“Os deputados de oposição também querem anular a votação na Alesp por causa da confusão e da violência da polícia que agrediu os presentes e ainda soltou gás de pimenta, impedindo que diversos deputados votassem em função da fumaça. Tinha deputada grávida e deputados idosos na sessão”, contou.

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Brasil na contramão do mundo

Reportagem da BBC News, reproduzida pelo G1, no dia 6 deste mês, diz que Entre 2000 e 2023, houve 344 casos de “remunicipalização” de sistemas de água e esgoto mundo afora, a maioria na Europa, de acordo com levantamento do banco de dados Public Futures (futuros públicos; publicfutures.org), coordenado pelo Instituto Transnacional (TNI), na Holanda, e pela Universidade de Glasgow, na Escócia.

De acordo com Lavinia Steinfort, coordenadora do projeto de Alternativas Públicas do TNI, essas reversões têm sido motivadas por problemas reincidentes em experiências de privatização e parcerias público-privadas (PPPs), como serviços inflacionados, falta de transparência e investimentos insuficientes.

A CUT sempre alertou que a privatização da água e do saneamento traria prejuízos imensuráveis à população.

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