Escrito por: Rosely Rocha

Sindicatos dos Químicos de Nova Iguaçu e de Perfumaria no Rio se filiam à CUT

Direção da CUT celebra que os Químicos de Nova Iguaçu trarão mais força à luta pela reindustrialização do país e Sindicato dos Trabalhadores em Perfumaria do Município do Rio mais representatividade

Walber Pinto

O Sindicato dos Químicos de Nova Iguaçu e Região, no Rio de Janeiro, vai se refiliar oficialmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), após mais de uma década. O acordo foi selado nesta quinta-feira (21), em encontro em São Paulo. No mesmo dia, o Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras em Perfumaria do Município do Rio de Janeiro também anunciou a sua filiação.

A filiação desses importantes sindicatos foi celebrada pela vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira. 

"Esses sindicatos têm representatividade em suas bases e essas atuações fortalecem a organização e a luta dos trabalhadores. E é esse o papel também da CUT, de defesa dos direitos da classe trabalhadora que nos últimos quatro anos sofreu ataques e agora se prepara para recuperá-los, e avançar sempre", disse Juvandia, presente ao encontro.

O secretário-Geral da CUT, Aparecido Donizeti da Silva, que é do ramo químico afirmou que os químicos de Nova Iguaçu e Região podem ajudar na estruturação do macrossetor da indústria.

“Para nós do ramo químico, um sindicato importante nos ajuda a ter representatividade tanto no estado do Rio como país. Nossa luta é pela criação do macrossetor, pois sabemos que tanto o prefeito [Eduardo Paes] quanto o governador do Rio [Claudio Castro], querem transformar o estado em apenas turístico e não industrial e, é preciso que a sociedade entenda o papel preponderante que a indústria precisa ter para o desenvolvimento de uma região”, declara Donizeti. Saiba mais sobre o macrossetor da indústria abaixo.

Químicos de Nova Iguaçu e Região

Fundado em 3 de março de 1958, o Sindicato dos Químicos de Nova Iguaçu e Região tem em sua base cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras e atua em mais 14 municípios da região.

Seu presidente, Sandoval Marques Rodrigues Silva, que atua há 20 anos no movimento sindical destacou que a iniciativa de se filiar à CUT vem pelo trabalho desenvolvido pela Central.

A gente vê a desenvoltura do trabalho da CUT na região e em todo o estado do Rio de Janeiro”, explica Sandoval sobre os motivos da refiliação à CUT.

O dirigente dos químicos destaca que o sindicato é atuante na formação dos trabalhadores oferecendo 12 cursos de capacitação entre eles: operador de empilhadeira, departamento pessoal, logística, mecânico de refrigeração e libras, entre outros, o que acaba atraindo muitos jovens.

Reprodução

“Nós oferecemos cursos dentro do sindicato e até em fábricas. Até hoje formamos 6.682 pessoas e, em breve vamos oferecer cursos para as Pessoas com Deficiência (PCD’s)”, diz

Comitê de sindicatos e movimentos sociais

Sandoval conta ainda que existe um comitê com 26 sindicatos e 14 movimentos sociais da região da baixada fluminense, com o objetivo de unir forças e levarem suas demandas e reivindicações como um grupo.

“Unificamos todos os sindicatos, independentemente de qual Central é filiado, e os movimentos sociais, para que juntos uns ajudem os outros”, finalizou.

O encontro na CUT também teve as presenças de Cecil Patriota, presidente do sindicato dos Químicos de Belford Roxo e do presidente da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ), Geralcino Teixeira, que destacou o trabalho de reorganização das trabalhadoras e dos trabalhadores do ramo Químico no Rio de Janeiro, resultado de avanços concretos da entidade.

Segundo ele, inicialmente com a filiação à CNQ e, agora com a adesão à CUT, o trabalho dos sindicatos em defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores, ganha ainda mais capilaridade, visando a geração e manutenção de empregos, com direitos assegurados.

“Desde o pós-golpe [2016] e, depois com a pandemia, o movimento sindical ficou muito fragilizado no Rio, mas, nos últimos anos, houve um esforço muito grande enquanto ramo, com o intuito de reestruturar as entidades e devolver a elas o protagonismo de debates importantes, incluindo o da reindustrialização do estado”, aponta o dirigente da confederação.

Ele ainda agradeceu a CUT nacional pela reorganização do ramo químico no Rio de Janeiro.

“Particularmente, como presidente da CNQ, eu vejo como muito importante essa reaproximação com a CUT Nacional de todos os ramos e do químico, mais especificamente do Rio de Janeiro que vem sofrendo muito”, declarou.

Macrossetor da indústria

O secretário-geral da CUT conta que no 12º congresso da entidade foi tomada a decisão de debater um novo modelo de reorganização sindical, por entenderem que o modelo que está organizado não dá mais certo. Por isso, foi encaminhado ao Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um documento de proposta de reindustrialização do Brasil que gere empregos, em que estejam envolvidos vários setores como químicos, alimentos, construção e urbanitários, entre outros.

Donizete explica que os empresários têm o ponto de vista deles defendido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e os trabalhadores e trabalhadoras precisam ter o seu.

“Precisamos de uma grande representatividade para termos uma reindustrialização do país que envolva diferentes ramos e setores, não apenas o de metalurgia e, agora os químicos de Nova Iguaçu se somam à nossa luta”, conclui Donizeti.

Sindicato dos Trabalhadores em Perfumaria do Município do Rio

A filiação à CUT do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Perfumaria do Município do Rio de Janeiro, foi fruto de muita conversa juntamente com presidente dos químicos de Nova Iguaçu. Segundo Herson Fraga Tavares de Jesus, presidente em segundo mandato, o sindicato de perfumaria também faz parte do comitê dos sindicatos e movimentos sociais da baixada fluminense porque a maioria dos seus trabalhadores, cerca de 90%, mora na região.

“Nós perdemos uma base de mais de 1200 trabalhadores com o fechamento de três grandes empresas e estamos nos reorganizando. Por isso, é importante estarmos construindo juntos, e dentro da atual conjuntura e propósitos, a filiação à CUT tem como objetivo avançarmos na defesa da classe trabalhadora”, afirma Herson.