Sindicatos mantêm luta para renovação do Acordo Coletivo na CPFL Renováveis
Sindicatos reivindicam dois anos de renovação do Acordo Coletivo dos trabalhadores da CPFL Renováveis e reposição da inflação. Empresa oferece um ano de renovação e índice de reajuste abaixo IPCA
Publicado: 24 Agosto, 2020 - 15h40 | Última modificação: 24 Agosto, 2020 - 15h47
Escrito por: Redação CUT
Sindicatos que representam cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras da CPFL Renováveis, empresa da holding da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que produz energia limpa como a eólica, têm uma nova rodada virtual de negociações marcada para esta terça-feira (25) sobre a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Em função da pandemia do novo coronavírus (Covid 19), os trabalhadores reivindicam mais dois anos de manutenção das cláusulas do acordo anterior e mais 2,31% de reposição salarial. A empresa ofereceu um ano de renovação do ACT e reposição de 1,83%. A data base da categoria é dia 1º de Agosto.
A Secretária-Geral do Sinergia Campinas ,Cibele Granito Santana, diz que a pauta de reivindicações dos trabalhadores é enxuta com pequenas diferenças da anterior, mas que são necessárias correções para que o trabalhador não acabe pagando a conta da pandemia.
A gente não sabe de onde a empresa retirou este número ‘cabalístico’ de 1,83% de reposição. Por isso esperamos que a nova rodada de negociações virtual marcada para amanhã haja um avanço
Foram feitas duas rodadas de negociações, nos dias 8 e 12 de agosto. Não houve acordo. Por isso, para os sindicalistas, a próxima negociação será importantíssima para a defesa dos interesses da classe trabalhadora.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica do Rio Grande do Norte (SINTERN), Ari Santos, afirma ser necessário que a CPFL sinalize ao menos com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para dar continuidade às negociações. De acordo com ele, a discussão do plano de saúde deve ser feita em outro momento. Ele entende que essa pauta não deve ser trazida durante a pandemia.
“Concordo com a posição dos demais sindicatos sobre a extensão do Acordo Coletivo para dois anos e que a Empresa precisa rever a proposta sobre o banco de horas que não estava na pauta”, disse Ari Santos. Segundo ele, “existem dificuldades na implementação do sobreaviso e no pagamento da alimentação em serviço extraordinário bem como que haja a rediscussão da PLR analisando as métricas dos anos anteriores”.
Representam os trabalhadores na negociação o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo (STIEESP); de Campinas (STIEEC); do Rio Grande do Norte (SINTERN); do Ceará (SINDELETRO), do Rio Grande do Sul (SENERGISUL).
A Secretária-Geral do Sinergia Campinas diz que a luta dos sindicatos procura preservar direitos de todos os trabalhadores da CPFL Renováveis.
“No Nordeste fica o pessoal operacional e no Sudeste a área administrativa. Por isso há especificidades sobre bancos de horas, sobreaviso e outras pequenas diferenças das reivindicações, mas todas são importantes para os trabalhadores e, por isso que os sindicatos se unem nas negociações”, diz a dirigente.
Considera-se em sobreaviso o trabalhador que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
A holding CPFL
Desde que foi privatizada em 1983, a Companhia Paulista de Energia (CPFL) se desmembrou e adquiriu outras empresas.
Hoje existem a CPFL Renováveis, a Paulista, Piratininga, Brasil, Geração, Centrais Geradoras, Santa Cruz (união das empresas Leste, Sul, Paulista Mococa e Jaguariúna), RGE , RGE Sul, além de outros setores terceirizados como call center e soluções tecnológicas, que têm representações sindicais diferentes.
Com informações do SinterRN