Sindipetro-BA denuncia surto de Covid-19 na Rlam. São mais de 60 infectados
Sindicalistas pedem prorrogação do início da parada de manutenção
Publicado: 25 Fevereiro, 2021 - 10h28 | Última modificação: 25 Fevereiro, 2021 - 11h19
Escrito por: Redação CUT
Mais de 60 trabalhadores próprios da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) estão contaminados pela Covid-19 e tiveram de ser afastados do trabalho, um deles estaria hospitalizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e já entubado.
As denúncias que chegaram ao Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) apontam para uma situação alarmante na Rlam, localizada no município de São Francisco do Conde (Recôncavo baiano), e pode indicar que a pandemia no local está fora de controle na refinaria, pois segundo os denunciantes tem mais vítmas.
Em apenas uma das unidades da Refinaria Landulpho Alves, há 14 trabalhadores contaminados pelo vírus e afastados do local de trabalho. Esse número corresponde à metade dos operadores que atuam na U-39. Já na Unidade de Destilação, nove trabalhadores estão afastados.
Em relação aos terceirizados há ainda maior dificuldade de conseguir informações. O que foi relatado é que na segunda-feira (22), 15 pessoas de uma das contratadas da refinaria foram diagnosticadas com o vírus da Covid-19.
A tendência é que a situação fique ainda mais dramática pela falta de cuidado e prevenção. Os ônibus que levam os trabalhadores terceirizados para a RLAM costumam circular com capacidade máxima, ou seja, lotados.
Outro problema é a testagem. No início da pandemia, o Sindipetro Bahia e a FUP cobraram a testagem em massa dos trabalhadores. No mês de maio de 2020, a Petrobrás implementou essa testagem para os trabalhadores próprios, depois passou a testar os terceirizados por amostragem. E hoje, segundo denúncias da categoria, a testagem deixou de ser feita.
Desde o início da pandemia, o Sindipetro vem enviando ofícios à gerência da refinaria pedindo informações sobre o número de trabalhadores infectados pela Covid, mas o SMS da Petrobrás não está divulgando essa informação nem para a CIPA da empresa, numa total falta de transparência.
Os trabalhadores relataram ao sindicato que o crescimento dos casos de coronavírus na refinaria vem acontecendo desde o dia 17/02, quando o Gerente Geral da RLAM autorizou a entrada, sem nenhum tipo de controle sanitário, de trabalhadores próprios e terceirizados na unidade “na intenção de minar a greve da categoria”, colocando até três turmas de operadores nas CCLs, que dormiram em colchões no chão e em um ambiente fechado. Havia também muita gente no Carlam e no portão 3, principalmente terceirizados.
Mesmo em meio ao alto índice de contaminação pela Covid-19, a gerência da RLAM continua com data marcada para a realização da parada de manutenção da refinaria para o dia 15/03 – apesar do Sindipetro Bahia ter solicitado o adiamento dessa parada e a abertura de negociação para a marcação de uma nova data-, assim como a FUP, que fez o mesmo pleito para as paradas de manutenção das outras refinarias da estatal.
Para as entidades sindicais, as paradas de manutenção podem piorar o quadro de contaminação pelo vírus, pois aumenta o número de trabalhadores nas áreas da unidade e os refeitórios e vestiários costumam ficar cheios.
Na Bahia, por exemplo, já é alto o número de infectados nas cidades que ficam no entorno da RLAM como Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Madre de Deus, assim como em outros municípios do estado, o que obrigou o governador Rui Costa a decretar o toque de recolher, das 20h às 5h, sem descartar um lockdow no estado, que pode acontecer em breve.
De acordo com o Sindipetro, a atual situação justifica a prorrogação do início dessa parada de manutenção, que já está em processo de preparação e deve abarcar as unidades 32, 37/38 e módulos A/B da U-80, a torre de refrigeração da 59 (norte da U-32) e a torre de refrigeração da U-87 (sul da U-38).
Para garantir a prorrogação dessa parada, assim como evitar mais doenças e até mortes de trabalhadores, o Sindipetro está apresentando denúncia contra a RLAM ao Ministério Público do Trabalho, ao Centro de Saúde do Trabalhador da Bahia Cesat) e à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia