Escrito por: Redação CUT

Sindipetro PR/SC e MST se unem em ação que vai doar gás de cozinha e alimentos

Serão doados neste sábado (13) 500 botijões de gás e 15 toneladas de alimentos a comunidades carentes da capital paranaense

Lia Biachini/MST

Neste sábado (13), representantes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam uma ação solidária que vai distribuir 500 botijões de gás e 15 toneladas de alimentos na Ocupação Portelinha e na Escola de Samba Embaixadores da Alegria, no Santa Quitéria, e na Ocupação Sabará, através da Associação da comunidade no Complexo da Cidade Industrial de Curitiba.

Tanto os petroleiros quanto os representantes do MST estão atentos às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a disseminação da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e a ação de doação será cercada de todos os cuidados, com distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel.

Além do gás para cozinhar, as famílias vão receber arroz, feijão, mandioca, legumes, frutas e hortaliças, entre outros alimentos, e 700 pães caseiros.

Petroleiros lutam por preço justo

Não é a primeira vez que os petroleiros doam gás de cozinha. O Sindipetro PR/SC já fez outras campanhas para arrecadar dinheiro entre os trabalhadores e trabalhadoras da categoria, dentro das ações de luta por um preço justo para o produto, e distribuiu botijões para famílias carentes, ou cobrou apenas R$ 30.

A categoria não aceita a política da Petrobras para esse produto essencial, que garante o direito à alimentação, sem os riscos que representam cozinhar com álcool ou madeira. Mas a estatal segue indiferente às necessidades da população mais pobre e, no último dia 25 maio, anunciou um reajuste de 5% no preço do gás de cozinha. Na capital do Paraná, o botijão de 13 quilos de gás custa entre R$ 60 e R$ 80.

União entre agricultores e petroleiros

A ação de solidariedade de classe, que une trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, nasceu quando dirigentes do MST e do Sindipetro fizeram o desafio de aumentar o número de doações de itens essenciais para famílias que estão em vulnerabilidade social durante o período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

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Doações do MST 

Esta será a segunda doação realizada pelo MST durante a pandemia do coronavírus em Curitiba. A primeira ocorreu no início de abril, também para famílias da capital.

A doação de alimentos deste sábado faz parte de uma campanha nacional do MST em solidariedade às famílias urbanas que enfrentam a fome neste período de pandemia da Covid-19, que além do isolamento social que impediu trabalhadores informais de irem as ruas, vem causando muitas demissões, além de redução de salário ou suspensão de contratos de trabalho, autorizadas pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), sob o pretexto de garantir a manutenção dos empregos.

Só no Paraná já foram doadas mais de 168 toneladas de alimentos, a maior parte produzida sem agrotóxicos e vindas de pelo menos 100 acampamentos e assentamentos do estado.

Desde o início de maio, as doações de alimentos frescos acontecem toda semana, em alguma região do estado. As ações têm se convertido em grandes mutirões de solidariedade, com a partilha de alimentos produzidos em áreas já destinadas à reforma agrária ou onde famílias camponesas lutam pelo direito de permanecer na terra.

Em Curitiba, cerca de 4.300 marmitas agroecológicas já foram doadas a pessoas em situação de rua e moradores de bairros da periferia da capital. As refeições são produzidas todas as quartas-feiras por militante do MST e pessoas voluntárias, e levam produtos vindos de comunidades do movimento de várias regiões do estado. Também foram produzidas e distribuídas 400 máscaras de tecido.

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