Escrito por: Redação CUT
A Prefeitura e as OSSs, tratam os profissionais de saúde como itens descartáveis, diz a direção do Sindesep, que está preocupada também com aumento de casos e internações por Covid-19
As Organizações Sociais de Saúde (OSS), entidades privadas que administram unidades e setores da saúde pública da cidade de São Paulo, estão promovendo demissões em massa de trabalhadores e trabalhadoras, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep).
De acordo com a direção do Sindsep, que representa os trabalhadores do serviço público municipal, “a Prefeitura e as OSSs, tratam os profissionais de saúde como itens descartáveis”.
As demissões, afirmam, ocorrem no momento em que uma nova onda de casos de Covid-19 explode em São Paulo - o governo do estado se prepara para um novo salto nas mortes em consequência de complicações causadas pela doença e a prefeitura pediu ao Ministério da Saíude apoio para apliocar a 4º dose da vacina no pessoal da saúde.
A média diária de novas infecções na semana passada chegou a 4.830 no estado, contra 2.622 da semana anterior –um salto de 84,2%. Foi o maior salto desde fevereiro, quando os casos explodiram no país e a média diária de infecções em SP atingiu o pico de 14.542 notificações.
O número de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado sobe a um ritmo de 3,4% a cada dia. Em duas semanas, os doentes sob cuidados intensivos passaram de 479 para 767 nos hospitais paulistas.
Os pacientes em enfermarias passaram de 1.029 para 1.817, e a velocidade de aumento é de 4,1% ao dia.
Só em maio, a cidade de São Paulo registrou aumento de 251,8% no total de pacientes infectados pela Covid-19 internados na rede municípal tanto em leitos de enfermaria quanto de UTIs. Entre 30 de abril e 30 de maio, total de internações na cidade foi de 56 para 197.
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Enquanto isso, os profissionais da saúde que cuidam desses pacientes, estão sendo demitidos na capital mais rica do pais.
Só no Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, conhecido como Hospital Pirituba, em 2021 foram demitidos 284 e no Hospital Municipal da Brasilândia, 500 trabalhadores, segundo o Sindsep.
“A cidade de São Paulo precisa de mais saúde pública. Em todas as regiões da cidade faltam profissionais. Nas unidades de saúde municipais entregues para a administração terceirizada das Organizações Sociais de Saúde, há denúncias de atendimento com equipes incompletas”, diz trecho de nota publicada pelo sindicato.
De acordo com a nota, em todas as unidades de trabalho da saúde municipal os trabalhadores denunciam a sobrecarga de trabalho e a exaustão. A Prefeitura possui mais de R$ 32 bilhões em seus cofres. Destes mais de 12 bilhões são recursos disponíveis para investimento nos serviços públicos aos cidadãos de nossa cidade e valorização do funcionalismo municipal.
Para o Sindsep é hora de reforçar a saúde pública com concursos emergenciais para trabalhadores da saúde e a abertura imediata para o atendimento à população de unidades de saúde como o Hospital Municipal da Brasilândia.
Com apoio da assessoria de imprensa do Sindsep.