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Sinpaf denuncia falta de transparência para eleição de Conselho da Embrapa  

Sinpaf diz que o Conselho de Administração da Embrapa (Consad) tem dificultado a aprovação da nova diretoria-executiva da Embrapa

Publicado: 17 Maio, 2023 - 15h55 | Última modificação: 17 Maio, 2023 - 16h04

Escrito por: Larrisa Nascimento, do Sinpaf | Editado por: Rosely Rocha

Sinpaf
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O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), denuncia que o Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Embrapa (Consad), tem dificultado a aprovação da nova diretoria-executiva da empresa.

Segundo o Sinpaf, dos quatro indicados pelo atual governo, apenas uma diretora foi aceita até o momento: a pesquisadora Ana Margarida Castro Euler para assumir a Diretoria de Negócios. Os outros três nomes, Clenio Nailto Pillon para a diretoria de Pesquisa e Inovação, Selma Lúcia Beltrão para diretoria de Pessoas, Serviços e Finanças, Alderi Emídio de Araújo para diretoria de Governança e Gestão, ainda estão passando por processo de seleção. Eles são servidores do quadro de funcionários da empresa e cumprem os requisitos previstos na Lei das Estatais.  

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, o atual governo está demorando muito para nomear o novo Consad, o que gera essa série de interferências na aprovação da nova diretoria da Embrapa, pois os conselheiros que estão atualmente ocupando as cadeiras foram nomeados pela gestão anterior.

“O Consad parece estar agindo com motivações político-ideológicas, e não seguindo uma análise de capacidade técnica dos indicados. O Sinpaf defende um processo democrático, transparente e alinhado com as diretrizes estratégicas do novo governo do presidente Lula”, enfatiza Vidal.

Pressão do agronegócio

Os nomes indicados pelo governo federal ao Conselho têm sido criticados por grupos da própria empresa que têm buscado mobilizar porta-vozes do agronegócio para endossar esse discurso de desqualificação. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), chegou a publicar uma nota no dia 11 de maio, repudiando os nomes indicados pelo governo federal afirmando que há uma tentativa de aparelhamento da Embrapa.

Em nota publicada na segunda-feira (15) na página da Embrapa, o Consad afirma que “toda essa verificação protege as instituições de ingerências e de indicações de pessoas não qualificadas”.

Essa afirmação, segundo o Sinpaf, se assemelha a textos anônimos que vêm circulando pelos grupos de WhatsApp de trabalhadores da Embrapa, bem como pelos e-mails institucionais. Tais textos anônimos, sem relevância institucional ou jurídica fazem um esforço para desqualificar todos os indicados à nova diretoria.

Para o sindicato o que mais assusta nesse processo é o fato de que esse assunto foi pauta no plenário da Câmara dos Deputados no dia 12 de maio. Nesse dia, a deputada federal Adriana Ventura (Novo - SP), fez um discurso dizendo que recebeu denúncias de que o Conselho estaria sendo coagido e ameaçado a aceitar os novos diretores, que segundo a ela, foram reprovados por falta de capacitação técnica.  Porém, a ata da suposta reprovação dos diretores não foi divulgada.

O que se sabe nos bastidores é que o conselho quer refazer a sabatina com os três candidatos, que ainda concorrem às vagas. No dia 24 de abril eles apresentaram os planos de trabalho, mas não foram divulgados os motivos pelos quais os mesmos terão que reapresentar as propostas para os conselheiros.

A Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é vinculada ao Ministério da Agricultura. A empresa pública foi criada em 1973 para desenvolver a base tecnológica de um modelo de agricultura e pecuária genuinamente tropical.

Nos últimos anos, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), a Embrapa sofreu tentativas de desmonte e privatização, com cortes orçamentários de milhões, o que colocou em risco projetos, processos e atividades desenvolvidas pela empresa. A precariedade de recursos atinge instalações e equipamentos e a dificuldade para manter de forma adequada campos experimentais, rebanhos e recursos genéticos, entre outros, já é uma realidade.