Escrito por: CUT-SE
Bloco promovido pela CUT coloca na rua as bandeiras de luta da classe trabalhadora
Irreverência. Essa foi a palavra de ordem do Bloco Siri na Lata, que saiu às ruas do Centro de Aracaju pela 6ª vez consecutiva, na última sexta-feira, dia 4 de março. Marcando o calendário de lutas sindicais, o bloco promovido pela Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT-SE), mais uma vez abusou da criatividade e energia para botar na rua as bandeiras de luta da classe trabalhadora do Estado em pleno Carnaval.
A alegoria principal foi o famoso Siri na Lata, seguido pela carroça da CUT puxada por um burro, representando o precário transporte público da cidade. O cortejo ainda foi acompanhado pela banda de frevo “Os Indomáveis”, e um carro de som que chamava a atenção da população para a realidade enfrentada pelos trabalhadores. “Antes de tudo, o bloco Siri na Lata mostra que a luta dos trabalhadores não é feita somente de discussões e brigas, mas também de irreverência e diversão. Essa é a nossa forma de mostrar as reivindicações trabalhistas em clima de descontração do Carnaval. Este ano, a principal pauta é a questão do recente aumento da tarifa de ônibus, que deixou todos os aracajuanos indignados”, declarou o presidente da CUT-SE, Rubens Marques.
O Bloco Siri na Lata teve concentração na Praça Fausto Cardoso, e percorreu as principais ruas e avenidas do Centro Comercial. A descontraída manifestação contou com a participação de diversos sindicatos, como o Sintese, Sindijor, Sinergia, Sindimina, Simotaxi, Comerciários de Estância, Sindipreve, Sindisan, Stase, Sindiserj, dentre outros. Além deles, o Siri na Lata contou com a presença do ex Dep. Federal e Secretário de Estado dos Direitos Humanos, Iran Barbosa, e de representantes do Gabinete da Dep. Estadual Ana Lúcia. De acordo com o ex Dep. Federal, o Siri na Lata faz a junção dos principais temas que afligem a classe trabalhadora, expostas de forma humorada. “Estou participando do Siri na Lata como trabalhador e militante sindical. Esse bloco demonstra que mesmo no Carnaval, os trabalhadores podem discutir e expor para toda a sociedade as suas bandeiras de luta”, afirmou Iran Barbosa.
Para Roberto Silva, dirigente do Sintese e secretário de Juventude da CUT-SE, “essa feliz iniciativa da CUT/SE de trazer para a sociedade as pautas de reivindicação da classe trabalhadora em pleno Carnaval, demonstra a capacidade que as entidades sindicais têm de se organizar e fazer a luta de forma irreverente e criativa. A partir da mobilização permanente dos trabalhadores é que nós conseguiremos o apoio da sociedade, e por fim, sairemos vitoriosos em nossas lutas” garantiu Roberto Silva.
A Origem da Folia
O idealizador do Bloco Siri na Lata, o ex-presidente e atual secretário do Meio Ambiente da CUT-SE, Antônio Góis, afirma que o bloco surgiu para combinar irreverência e protesto para alertar a população sobre os problemas enfrentados pela classe trabalhadora e para que os festejos carnavalescos não sirvam de anestesia para o esquecimento.
“O Siri na Lata engloba o universo sindical como um todo, além dos representantes de movimentos sociais que estão engajados na mesma luta da classe trabalhadora. Nossas bandeiras de reivindicação, protesto e denúncia são questões como o aumento da tarifa de ônibus, a luta por uma política de valorização do salário mínimo, contra a instalação da Usina Nuclear em Sergipe, e, principalmente, contra a corrupção”, detalhou Antônio Góis.
De acordo com o presidente do Sindijor e secretário de Comunicação da CUT-SE, George Washington, o Bloco Siri na Lata é mais um espaço para os trabalhadores darem voz às suas reivindicações. “Nosso objetivo é dialogar com a sociedade sobre as pautas da classe trabalhadora, e, se não fosse o Siri na Lata, passariam em branco durante a folia de momo. Nós aproveitamos este espaço de irreverência e de humor para tratar de assuntos sérios, como a mobilidade urbana, o transporte público, a valorização do salário mínimo, entre outras questões que são de ordem pública. Nós aproveitamos esse momento para cobrar justiça, igualdade e respeito aos trabalhadores e trabalhadores sergipanos”, finalizou George Washington.