SNA denuncia à sede em Portugal irregularidades da TAP/ME no Brasil
Direção do SNA afirma que tem total confiança na direção dos companheiros do Sul e aguarda, até hoje, um esclarecimento
Publicado: 26 Abril, 2018 - 13h17 | Última modificação: 26 Abril, 2018 - 13h31
Escrito por: Sindicato dos Aeroviários
Desrespeito às decisões judiciais, descumprimento de acordos e perseguição sindical. A falta de ética e transparência na direção da TAP/ME Brasil chega a um ponto crítico durante a administração de Gláucia Loureiro, responsável pela reestruturação da empresa no país.
Os problemas que o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários) vem enfrentando com esta gestão são grandes, e finda as eternas tentativas de diálogo, esta entidade não vê outra saída que não seja uma denúncia pública aos órgãos competentes.
Listamos aqui alguns dos casos mais graves enfrentados pelo SNA
Desrespeito à decisão judicial
Em 13 de junho de 2014, o diretor do SNA, Antônio Brito, foi reintegrado pela justiça, que considerou irregular sua demissão ocorrida 11 meses antes. Segundo a decisão judicial, ele não poderia ser dispensado, já que possui estabilidade em função de suas atividades sindicais. Apesar disso, em janeiro deste ano o secretário geral do SNA foi novamente demitido pela direção da TAP/ME.
Brito não foi o único dirigente sindical dispensado pela segunda vez, após ordem judicial de reintegração. Em 4 de dezembro de 2015, a justiça determinou o retorno às atividades laborais de José de Ferreira da Silva, que também teve dispensa irregular. No início de abril deste ano, ele foi mandado embora novamente. E para encerrar este mês, na semana seguinte, o dirigente sindical Graciano Gonçalves Filho também foi demitido.
Descumprimento da CCT
A cláusula da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) que determina o direito à convocação dos dirigentes sindicais para realização do trabalho de base também não é respeitada. Na tentativa de travar um diálogo e resolver a questão, o presidente do SNA, Luiz Pará, realizou uma reunião com Gláucia Loureiro, em 11 de janeiro.
No encontro, ele foi informado de que a empresa passava por uma situação complicada, com a chegada de novas aeronaves e adequação após processo recente de PDV (Programa de Demissão Voluntária), o que demandava todos os profissionais atuando na empresa. A direção do SNA entendeu a delicadeza da situação e aceitou a suspensão das convocações, sob a promessa de que em abril os dirigentes poderiam voltar a ser convocados.
Uma semana depois deste encontro, Gláucia Loureiro determinou a demissão do secretário geral do SNA, Carlos Brito. Em abril, não aceitou as convocações, afirmou que havia se comprometido em liberar os profissionais apenas em julho e demitiu mais dois dirigentes sindicais.
Falta de transparência
Os problemas enfrentados pelo SNA na TAP/ME Brasil obrigaram a entidade a tomar medidas jurídicas. Porém, ainda na tentativa de diálogo, a direção pediu intermédio do Sindicato de Porto Alegre, entidade parceira também filiada à FENTAC/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil/Central Única dos Trabalhadores).
Durante a reunião com este sindicato, Gláucia Loureiro tirou a responsabilidade de sua administração e afirmou que toda a sua conduta antissindical contra o SNA seria em função da orientação do Simarj, Sindicato Regional do Rio de Janeiro. Ao tomar conhecimento do caso, Selma Balbino, diretora do SNA, entrou em contato com o Simarj e foi notificada de que esta informação não seria verdadeira. Segundo a direção do Simarj, Gláucia Loureiro também teria afirmado nunca ter feito tal declaração para o Sindicato de Porto Alegre.
A Direção do SNA já adianta que tem total confiança na direção dos companheiros do Sul e aguarda, até hoje, um esclarecimento.
SNA entra em contato com Sindicato de Portugal
A direção do SNA já começa a unir forças para combater a falta de ética e transparência da atual administração da TAP/ME no Brasil. No final de abril, a entidade entrou em contato com o SITAVA (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos), que é a organização sindical mais representativa do setor da aviação civil em Portugal. Se a empresa não aceita a tentativa de diálogo, é chegada a hora de travar um combate mais sério.