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Sob ataques, greve dos servidores de limpeza de Florianópolis entra no nono dia

Prefeito Gean Loureiro (DEM), busca criminalização do movimento grevista para privatizar a companhia de limpeza pública da cidade. Presidente de sindicato teve casa atingida por artefato explosivo

Publicado: 26 Janeiro, 2021 - 10h59 | Última modificação: 26 Janeiro, 2021 - 11h11

Escrito por: Sandra Werle - CUT/SC

 Sintrasem
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Servidores e servidoras da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), de Florianópolis (SC), em greve desde o último dia 18, se reuniram nesta manhã de terça-feira (26),em frente à Câmara de Vereadores da cidade, para acompanhar a reunião da comissão especial que vai analisar o pacote de leis proposto pelo prefeito Gean Loureiro (DEM).

O “Pacotaço de Maldades” inclui seis Projetos de Lei determinando corte de direitos dos servidores municipais, terceirização das atividades da Comcap,  visando a privatização da companhia, alteração no Plano Diretor da capital, venda de terrenos públicos e inclusão de entidades empresariais no Conselho Municipal de Educação. A Comcap é uma empresa de economia mista responsável pela coleta de resíduos sólidos e pela limpeza pública da capital, contratada pela prefeitura, sua acionista majoritária.

Os trabalhadores do serviço de limpeza chamam a atenção para a manobra do prefeito, que quer a todo custo privatizar um serviço público sem qualquer debate com a população. E a forma que o governo municipal encontrou para calá-los foi o ataque aos trabalhadores e ao seu movimento legítimo. Loureiro judicializou a greve, por meio da Justiça aplicando multas ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis ( Sintrasem ) . Em seu projeto de privatização, o prefeito ainda conta com o apoio de veículos de imprensa comercial.

Casa do presidente do sindicato é alvo de ataque

Não bastasse todo esse poder de fogo, os trabalhadores da Comcap enfrentam pressões de todos os tipos e, na madrugada do último sábado (23), o presidente do Sintrasem, Renê Munaro, teve a residência atingida por um artefato explosivo. Ninguém ficou ferido, mas a violência do ato é inadmissível e se faz necessária a apuração dos fatos. Um boletim de ocorrência foi registrado.

A CUT Santa Catarina e seus sindicatos filiados da Grande Florianópolis repudiaram os ataques e a postura do prefeito se solidarizando com os  companheiros da Comcap. A Central participa das atividades organizadas pelo Sintrasem e dá apoio total à greve.

“Nós entendemos que este é um movimento fundamental e legítimo de luta dos trabalhadores da Comcap, que se mobilizam e dão um exemplo de cidadania como resposta ao movimento de desmonte do serviço público e dos direitos dos servidores da capital”, afirma a presidente da CUT/SC Anna Julia Rodrigues.

 

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