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Sob pressão de empresários, Doria recua e deve flexibilizar regras no estado de SP

João Doria vem sendo alvo de protestos feitos por donos de bares e restaurantes. O estado registra mais de 53 mil mortes e 1,7 milhão de casos do novo coronavírus

Publicado: 02 Fevereiro, 2021 - 14h21 | Última modificação: 02 Fevereiro, 2021 - 14h24

Escrito por: Redação CUT

Wilson Dias/Agência Brasil
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Após o governo de São Paulo sinalizar que poderá revogar, nesta quarta (3), o decreto que coloca todo o estado na fase vermelha, a mais restritiva, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) fala em indignação e mantém os protestos desta terça-feira (2) contra o endurecimento da quarentena em todo o estado.

O plano de flexibilização do governo João Doria (PSBD) prevê o fechamento de lojas, shoppings, bares e restaurantes nos finais de semana e feriados. Durante a semana os bares e restaurantes podem funcionar só até às 20h. A medida, anunciada no dia 22 de janeiro, que permaneceria em vigor até o dia 7 de fevereiro, foi adotada pelo governo estadual diante do aumento de casos e internações de Covid-19 no estado.

Mas nesta segunda-feira (1º), depois da pressão do empresariado, o governo indicou que ainda nesta semana deve alterar as regras de restrição.

Em entrevista ao jornal Estadão, o presidente da Abrasel-SP, Percival Maricato, disse que a indicação do governo de São Paulo de abrandar as medidas do Plano São Paulo é bem-vinda, mas vista com alguma descrença pelo setor.

“Para nós, a situação atual é dramática, trágica. Então, toda notícia que nos dê um pouco de fôlego é bem-vinda, mas as pessoas estão descrentes. Marcamos um protesto e ninguém quer desistir”, disse.

O protesto está marcado no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, para às 15 horas desta terça-feira (2). O ato, que vai reunir empresários e funcionários do setor de bares e restaurantes, foi marcado antes mesmo da indicação do governo paulista de abrandar a quarentena.

O setor reclama da crise e afirma que se os bares e restaurante ficarem fechados, os empresários não terão como pagar funcionários e as despesas. “Este setor está pagando uma conta desproporcional e injusta em nome do bem coletivo”, diz trecho do texto que convoca o público a participar do protesto.

Medida é desrespeitada em todo o estado de SP

Mesmo com o endurecimento das regras sanitárias contra o aumento da Covid-19, o primeiro final de semana em que todo o estado ficou na fase vermelha foi marcado por praias lotadas na baixada santista e protestos de donos de restaurantes.

As regras mais restritivas de isolamento social entraram em vigor na última segunda-feira (25). Nesta fase, só estão autorizados a funcionar sem restrições serviços essenciais, como padarias, mercados e farmácias.

O estado alcançou nesta segunda-feira (1º) a marca de 53.090 óbitos e 1.779.722 casos confirmados do novo coronavírus, desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado.

As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 67,9% na Grande São Paulo e 68,5% no Estado. O número de pacientes internados é de 12.756, sendo 6.884 em enfermaria e 5.872 em unidades de terapia intensiva, conforme dados divulgados às 10h30 desta segunda-feira.