Escrito por: Redação CUT

Sobe para 61,5% endividamento das famílias brasileiras

Esse é o maior índice desde dezembro de 2017, aponta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida

ROBERTO PARIZOTTI/CUT

O percentual de famílias brasileiras envididadas subiu para 61,5% em fevereiro, o maior índice desde dezembro de 2017. É o segundo aumento mensal consecutivo - em janeiro o percentual era de 60,1%.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), produzida mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados nesta quarta-feira (13).

Além dos gastos extras de início do ano, que leva as pessoas a fazerem empréstimos, a economista da CNC, Marianne Hanson, diz que também contribuiu para o aumento da taxa de endividamento a “recuperação gradual do consumo das famílias, esperada para este ano”.

A economista ressalta, porém, que “houve uma redução no comprometimento médio de renda com o pagamento de dívidas, tanto na comparação mensal quanto na anual, refletindo condições ainda favoráveis de juros e prazos".

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou em fevereiro de 2019, na comparação com janeiro, ao passar de 22,9% para 23,1% do total. Houve diminuição, porém, do percentual de famílias inadimplentes em relação a fevereiro de 2018, que havia registrado 24,9% do total.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também aumentou na comparação mensal, passando de 9,1% em janeiro para 9,2% do total em fevereiro de 2019. O indicador havia alcançado 9,7% em fevereiro de 2018.

Comprometimento com dívidas diminui

Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 64,9 dias em fevereiro de 2019 – estável em relação aos 64,9 dias de fevereiro de 2018. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 6,8 meses, sendo que 26,2% delas estão comprometidas com dívidas até três meses; e 29,7%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 29,4% em fevereiro de 2018 para 29,1% em fevereiro de 2019, e 19,5% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.

Tipos de dívida: cartão segue na liderança

O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,5% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 13,9%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 9,8%. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, cartão de crédito, por 78,8%, carnês, por 15,4%, e crédito pessoal, por 8,3%, foram os principais tipos de dívida apontados. Já para famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em fevereiro de 2019 foram: cartão de crédito, para 77,4%, financiamento de carro, para 17,7%, e financiamento de casa, para 15,9%.

Clique aqui para ler a pesquisa completa