Escrito por: Redação CUT
Durante uma festa, em 2020, Orestes Bolsonaro Campos, que tem 41, deu tapas, puxou o cabelo e a arrastou pelo chão a jovem que tinha 17 anos
A Justiça condenou Orestes Bolsonaro Campos, 41, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro (PL), por agressão a uma namorada, durante uma festa em Registro, interior de São Paulo. O caso aconteceu em 2020. A jovem tinha 17 anos na época.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Orestinho, como é conhecido o filho de Denise Bolsonaro, irmã do presidente, deu tapas, puxou seu cabelo e arrastou pelo chão a então namorada Ana Caroline. Depois, na frente da casa, ele voltou a agredi-la até que ela conseguiu entrar no carro do ex-namorado e fugir. Ela afirmou que ficou com marcas na coxa e no joelho e um "galo" na cabeça.
Ana Caroline disse à Justiça que se relacionava esporadicamente com o sobrinho do presidente. Segundo ela, na festa, após ingerir bebida alcoólica, foi descansar em um quarto no qual estava seu ex-namorado Weisser Fabricio Felis da Silva. Ela afirmou que estava descansando, quando Orestes entrou no local, a viu e a acordou com um puxão de cabelo.
Ana Caroline disse que Orestes foi para cima do ex-namorado dela e outras pessoas separaram a briga. Ela e Weisser conseguiram correr e sair da casa, mas Orestes foi atrás e, na frente da residência onde ocorria a festa, agrediu a jovem novamente e ela caiu, e ele passou a arrastá-la pelo chão. Ela conseguiu entrar no carro do ex-namorado e foi para a delegacia, quando se submeteu a exame de corpo de delito.
Em depoimento, Weisser confirmou as agressões e a versão de Ana Caroline. Ele contou que também levou um soco e que o empresário chegou a quebrar o para-brisa do carro dele.
Orestinho negou a acusação. Ele disse na Justiça que, durante a festa, a jovem sumiu e ele a encontrou em um quarto, sem roupa, com o ex-namorado, que tentou agredi-lo e ele apenas se defendeu. Ainda segundo o sobrinho do presidente, Ana entrou na briga para defender o ex-namorado e acabou sendo empurrada.
Mas a juíza Barbara Donadio Antunes Chinen disse que as lesões constatadas pela perícia são incompatíveis com a versão apresentada pelo agressor e que as provas eram robustas para condená-lo.
"Quanto à conduta social, o réu não tem comportamento normal dentro da sociedade, uma vez que, já pela segunda vez, responde a um processo criminal em contexto de violência doméstica", afirmou a magistrada na decisão. Ela se referiu a outro processo no qual o sobrinho do presidente é acusado de tentar matar a ex-mulher e o atual namorado dela. Esse cao vai a juri popular.
Orestinho foi condenado pagar uma indenização de R$ 15 mil à jovem e a uma pena de quatro meses de detenção em regime inicial aberto, mas foi beneficiado com a suspensão condicional da pena. Ele ainda pode recorrer da decisão.
Com informações do UOL, G1 e outras agências de notícias.