Escrito por: Nádia Machado
Além do secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, ter sinalizado abertura de negociação, os trabalhadores e trabalhadoras do Samu entendem que a greve afeta o atendimento à população
Em assembleia, socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da capital paulista, decidiram suspender a paralisação iniciada às 12h desta segunda-feira (1º) e retornar às atividades já a partir das 19h. Os servidores municipais que compõem as equipes do Samu também deliberaram manter o estado de greve e realizar uma nova paralisação nos dias 9 e 10 de abril, caso não haja negociações por parte do prefeito de Bruno Covas (PSDB).
A categoria está protestando contra a Portaria 190/2019/SMS, publicada no Diário Oficial no dia 23 de fevereiro deste ano, que determina o fechamento de bases de atendimento do Samu. Das 58 bases, 31 já foram fechadas e o atendimento foi realocado para hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS). A Portaria prevê ainda que as equipes não serão mais completas, ou seja, não terão mais enfermeiros, contarão somente com o auxiliar de enfermagem e o motorista o que prejudica o cuidado com o paciente no caminho até o hospital, segundo os trabalhadores.
Eles decidiram voltar ao trabalho depois que o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, encaminhou ao Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) um ofício, que os trabalhadores entenderam como uma abertura de diálogo. O secretário de comunicação do Sindsep e secretário de mobilização da CUT-SP, João Batista Gomes, o Joãozinho, explica que, além disso, os trabalhadores e trabalhadoras do Samu entendem que a greve afeta o atendimento à população e por isso resolveram suspendê-la ainda hoje.
Se a portaria 190, que trata da reestruturação no Samu, for mantida, pelo menos 30% dos 1.600 trabalhadores serão afetados. “O Samu, atualmente, tem funcionamento de 24 horas e a maioria das unidades para onde as equipes das bases estão sendo transferidas são de 12 horas, por isso, esses servidores serão realocados em outros serviços”, afirma João.
Ao término da assembleia, segundo Sindsep, os socorristas definiram caminhar rumo à prefeitura para cobrar do prefeito Bruno Covas dez itens: