SP decreta toque de recolher das 23h às 5h a partir de sexta (26) para frear Covid
A medida foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) em meio a recorde histórico de pacientes internados em UTI
Publicado: 24 Fevereiro, 2021 - 15h17 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2021 - 15h22
Escrito por: Redação CUT
O avanço da segunda onda de Covid-19, que vem lotando a rede de saúde em todo o Brasil, obrigou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a tomar uma medida um pouco mais restritiva para aumentar o isolamento social e conter a contaminação pelo novo coronavírus. No início da tarde desta quarta-feira (24), Doria anunciou que entra em vigor de sexta-feira (26) até 14 de março toque de recolher das 23h às 5h.
O estado de São Paulo registrou este mês aumento no número de casos de Covid-19 e recorde de pessoas internadas. Foram os maiores desde o início da pandemia. Ao todo, 6.500 pacientes estão ocupando leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo o Coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, Paulo Menezes, se não forem adotadas medida mais rígidas, faltará leitos e o sistema de saúde pode colapsar. Ele disse ainda que a média diária de novas internações em UTI é de 1.678. Houve um aumento acelerado nos últimos 10 dias, que somou 660 hospitalizações em terapia.
Doria afirmou que o recorde histórico de pessoas internadas foi a principal justificativa para adotar a medida mais rígida, mas não seguiu prefeitos do interior de SP, como Edinho Silva, do PT, que foi ainda mais rigoroso e adotou lockdown.
O Portal CUT já havia antecipado desde terça-feira (23), em seu balanço diário sobre a situação da Covid-19 no país, que o governo paulista iria impor regras restritivas para frear o avança da pandemia, que piorou depois que a nova mutação do vírus, identificada no Amazonas, que está circulando em várias cidades do estado.
O objetivo do governo paulista também é frear o lazer noturno, que se dá por meio de baladas clandestinas ou encontros de pessoas. Já que à noite há consumo de bebidas alcoólicas, e as pessoas usam menos máscara, se aglomeram mais e se contaminam. Haverá aumento de fiscalização para conter circulação de pessoas nas ruas.
Cidades do interior adotam toque de recolher e lockdown
Cidades do interior como Araraquara, São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Paulínia e Dracena também adotaram toque de recolher entre 22h e 5h e adiaram a volta às aulas presenciais, que seriam no dia 1º de março.
São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, anunciou que haverá toque de recolher a partir deste sábado (27) entre 22 horas e 5 horas da manhã. Além disso, foi decretada a suspensão de aulas presenciais na rede pública e na rede privada, já que retorno deveria acontecer no próximo dia 1º de março, mas ficou para dia 15.
Campinas vai adotar medidas mais duras para tentar reduzir os casos da doença na cidade. A prefeitura vai decretar das 21h às 5h, a fase vermelha no plano de combate à Covid-19, a mais restritiva. A medida começou terça-feira (23) até 1º de março.
A cidade registrava 89,53% de ocupação em leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo coronavírus. Em Campinas, dos 258 existentes, 231 estão em uso. A situação também é grave nos hospitais públicos municipais, onde 107 leitos, 105 estão ocupados (98,13%).
Ribeirão Preto não descarta adotar medidas mais severas para evitar a regressão de fase ou até mesmo seguir o caminho de Araraquara.
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Araraquara, no interior de São Paulo, prorrogou até sábado (27) o lockdown, que inicialmente era por 60 horas. A cidade enfrenta uma explosão de casos do novo coronavírus e mais de 10 casos da nova variante, identificada em Manaus.
Em Dracena, oeste paulista, o prefeito decretou toque de recolher de segunda a sexta-feira e lockdown nos fins de semana.
Já em Paulínia, cidade vizinha, a prefeitura adiou para 5 de abril o retorno das aulas presenciais na rede municipal. A medida foi adotada devido ao aumento de casos confirmados de coronavírus. A cidade soma quase 7 mil infectados e e mais de 100 mortes.