SP: Novo prédio do Hospital Pérola Byington será na região da Cracolândia

As trabalhadoras e os trabalhadores públicos que atuam no Hospital Pérola Byington, de São Paulo, serão transferidos para um novo prédio, localizado  na região da Cracolândia, área que convive com uma série de confrontos entre dependentes químicos e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) que tenta dispersá-los ou interná-los contra a vontade.

Na região, onde é comum ocorrerem brigas, uso de bombas de gás lacrimogênio e muita confusão, é para onde o governo do estado vai transferir o Pérola Byington, que mais do que um hospital, é um Centro de Referência da Saúde da Mulher, que presta assistência médico-hospitalar na área ginecológica, trata do câncer ginecológico e mamário, reprodução humana, planejamento familiar, esterilidade, sexualidade, violência sexual e uroginecologia.

Trabalhadores que serão transferidos para o novo endereço e pacientes preocupados com a segurança realizam, nesta sexta-feira (10), às 10h, um ato em frente a sede atual do hospital, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 683 – Centro. A principal reivindicação é garantia de segurança para os pacientes, trabalhadores e moradores da região, além de mais transparência no processo de mudança.

A transferência de local está prevista para o mês de julho, mas não há clareza em relação à situação dos trabalhadores que irão trabalhar no novo endereço.

Tanto as pacientes quanto os trabalhadores do hospital avaliam que estarão expostos há uma condição de insegurança que, infelizmente, já se tornou comum na região. Uma das razões, dizem, é que o governo trata o problema de quem vive na Cracolândia, em situação de vulnerabilidade, como caso de polícia e não como um problema de saúde pública e social, o que agrava os episódios de enfrentamento e violência.

Entenda o caso

O hospital Pérola Byington, que está sob a Administração Direta do estado, agora vai passar a ser administrado por uma Parceria Público Privada (PPP), gerenciado por uma Organização Social de Saúde (OSS) e por uma empresa privada. Contudo, os trabalhadores ainda não foram informados quais serão as condições de trabalho diante dessas mudanças.

Também não se sabe se a creche onde as filhas e os filhos dos trabalhadores estão matriculados, que fica ao lado do prédio atual, será mantida ou se será realizado outro convênio com uma creche mais próxima do prédio novo.