Escrito por: Redação CUT
Categoria denuncia que donos dos estabelecimentos de ensino querem acabar com quase metade das cláusulas previstas em convenção da categoria e se negam a negociar
Professores da rede particular de ensino do estado de São Paulo estão paralisados na manhã desta quarta-feira (23) pela manutenção dos direitos da categoria. Eles denunciam que o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp) – entidade que representa as escolas particulares – chegou a exigir a retirada de quase metade das cláusulas que constam da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.
Os professores e professoras não aceitaram e os representantes do setor patronal se retiraram unilateralmente das negociações e recusaram a proposta de conciliação feita pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na audiência do dia 17 deste mês.
Neste primeiro dia de mobilizações, ao menos 33 escolas devem ter suas aulas suspensas. A paralisação, de acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro), afeta dezenas de unidades na capital paulista, incluindo escolas tradicionais como Colégio Santa Cruz, Escola da Vila, Colégio Santa Clara, Escola Vera Cruz e Escola Nossa Senhora das Graças.
Sinpro ABCO professor e diretor executivo da CUT, Júlio Turra, explica que, as greves ocorridas hoje na capital paulista, no ABC e em outras regiões do estado, visam manter os direitos consagrados em convenção coletiva que, em função da nefasta reforma trabalhista do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), perdeu o direito de ultratividade - mecanismo que antes garantia a manutenção do ACT por tempo indeterminado se houvesse recusa na negociação por parte do empregador.
"Isso deixou os trabalhadores e trabalhadoras sem garantias caso a parte patronal se recuse a negociar, como está ocorrendo agora."
"Com a malfadada reforma trabalhista, os tubarões do ensino da rede privada, proprietários de escolas, se recusam a manter conquistas de 20 anos nas convenções coletivas, como bolsas para filhos de professores, garantia semestral de emprego, férias etc, para forçar negociações por local de trabalho."
Com isso, a convenção da categoria, que regula itens como remuneração, carga de trabalho e estabilidade, está sendo desprezada e posta em risco. Os professores denunciam que, se retirados os direitos previstos, o professorado receberá menos, terá de trabalhar mais e verá aumentar sua rotatividade no emprego, impactando diretamente na qualidade do ensino.
Os professores se reúnem na tarde desta quarta-feira (23), primeiro na sede do sindicato, às 14h, e depois um ato público no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para deliberar sobre os rumos do movimento da categoria.
*Com informações Rede Brasil Atual