Escrito por: CUT Brasil, com informações do Sinpro ABC e da Revista Fórum
Sindicato denuncia e condena repressão policial e prisão de professores em Santo André.
Os professores Sol Massari e Rafael Buenno foram detidos pela Polícia Militar na noite desta quarta-feira (20), em Santo André, após participarem de ato contra o projeto Escola Sem Partido. Além de deter os professores, os policiais também aprenderam celulares.
Segundo a professora Sol Massari, a prisão foi uma afronta à liberdade. “Fomos abordados de maneira truculenta pelos PMs. Um deles levou um professor preso e eu como testemunha. Ele me acusou de ter filmado a ação, coisa que não fiz, pois não tinha mais bateria no meu celular”, afirmou.
De acordo com a professora Maíra Machado, que também participava do ato, soldados da Polícia Militar abordaram os manifestantes que se deslocavam da Estação Santo André para a Câmara Municipal e, sem maiores explicações, prenderam os dois colegas. Ao tentar telefonar para um advogado, Maíra teve seu celular apreendido pela polícia.
A direção do Sindicato dos Professores do ABC manifestou "indignação e repúdio contra a repressão policial". Segundo note publicada no portal do Sinpro ABC, o "crime" cometido pelo professor foi somente se manifestar contra um ataque à sua categoria e sua atividade profissional: "O SINPRO ABC repudia qualquer tipo de violência física ou psicológica contra o ser humano, em especial, contra a categoria de professores e professoras, responsáveis pela educação em nossa sociedade. O reacionário projeto “Escola Sem Partido” gera repúdio entre alunos e educadores e busca calar e perseguir docentes, além de gerar cidadãos sem nenhum pensamento crítico, diante do mercantilismo, não só do ensino, mas principalmente do projeto econômico neoliberal que está sendo realizado em todo País, com a venda de estatais, destruição ambiental e desrespeito aos valores e direitos conquistados pela classe trabalhadora, por um governo ilegítimo que representa somente os interesses empresariais."
A notícia das prisões rapidamente se espalhou em grupos de whatsapp, fazendo com que dezenas de professores e professoras se concentrassem diante da delegacia, até a liberação dos colegas.