Escrito por: Redação CUT
Já tem até abaixo-assinado nas redes contra nomeação de ex-secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, cuja gestão foi marcada por confrontos com professores e investimentos em escolas cívico-militares
Professores e dirigentes sindicais reagiram com preocupação e revolta ao convite que o governador eleito por São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), fez para Renato Feder, defensor da privatização do ensino, que já falou até em extinção do Ministério da Educação, assumir a secretaria de Educação do estado. Já circula nas redes sociais até um abaixo-assinado contra a nomeação de Feder.
Empresário liberal, Renato Feder atuou em grandes empresas até virar Secretário da Educação e do Esporte do Paraná, onde, como diz o Jornal Plural, não deixará saudade para os trabalhadores em educação do estado.
Segundo o jornal, nos quatro anos do primeiro mandato de Ratinho Júnior (PSD), que já falou em privatizar 27 escolas públicas do Paraná, Feder tentou fazer da educação pública um laboratório em que os educadores cederiam seu poder a militares, burocratas e pessoal terceirizado. O resultado aparentemente agradou o bolsonarismo, mas não parece ter feito bem ao processo de ensino, diz o texto.
A deputada estadual professora Bebel, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), postou um vídeo em sua página no Instagram, falando sobre a preocupação com os riscos de retrocesso na educação pública do estado de São Paulo, caso se efetive a nomeação do empresário.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Professora Bebel (@professorabebel)
Gestão de Feder no Paraná
O escolhido por Tarcísio Freitas para assumir a Educação em São Paulo promoveu uma das maiores ampliações de escolas cívico-militares no país nos 4 anos em que foi secretário de Educação de Ratinho Junior. De 2020 a 2022, ao menos 195 escolas estaduais paranaenses passaram a ser cívico-militares.
Feder também foi responsável por implementar um sistema de teleaulas para alunos do ensino médio para contornar a falta de professores no estado. A ideia de tirar professor da sala de aula gerou revolta na categoria e nos alunos, que fizeram vários protestos contra a proposta de teleaulas
No Twitter, Feder diz que, em 2018, saiu da iniciativa privada, onde atuava em outra área, para se dedicar à educação pública. “Paralelo a isso, trabalho com educação há 20 anos, como professor de matemática, economia e diretor de escola filantrópica", disse na postagem feita em 2020. Para os professores do Paraná, ele poderia voltar para a iniciativa privada,onde ganhou dinheiro como um dos sócios da Multilaser, empresa de reciclagem de cartuchos para impressoras em uma grande companhia de tecnologia - ela fez seu IPO (oferta inicial de ações) no ano passado.